Migrantes venezuelanos são vacinados contra a Covid-19 em Roraima

Migrantes venezuelanos são vacinados contra a Covid-19 em Roraima
Operação Acolhida deve vacinar mais de 2 mil venezuelanos que vivem em abrigos. Indígenas venezuelanos são vacinados contra a Covid em Boa Vista

Divulgação/Operação Acolhida

Migrantes venezuelanos, abrigados em Boa Vista, estão recebendo a vacina contra a Covid-19. A vacinação é feita pela Operação Acolhida, responsável pelo fluxo migratório em Roraima, e deve imunizar mais de 2 mil pessoas até o próximo domingo (8).

A vacinação, que ocorre em parceria com a prefeitura da capital, é realizada no Núcleo de Saúde Acolhida (NSA) desde a última segunda-feira (2). A Acolhida tem como meta vacinar 300 migrantes por dia.

"Diariamente, os beneficiários assistidos pela Acolhida são transportados dos 12 abrigos da Operação para o Núcleo de Saúde Acolhida (NSA)".

Sobre os migrantes que vivem em situação de rua, a Acolhida respondeu que a vacinação é responsabilidade da prefeitura. Procurado, o município não informou como está a a imunização deste público.

Em 19 de maio, a Acolhida já tinha iniciado a vacinação contra a Covid de indígenas venezuelanos das etnias Warao, Eñepá e Pemon. No total, 754 migrantes dos quatro abrigos da capital, receberam a primeira dose da vacina.

Em Pacaraima, no Norte de Roraima, fronteira com a Venezuela, os migrantes e refugiados só são imunizados contra a Covid-19 15 dias depois de que entram no país. Isso porque, após serem regularizados pela Acolhida, eles recebem primeiro as outras vacinas previstas no calendário nacional de imunização.

"Após um período de quarentena (15 dias) os venezuelanos que forem destinados aos abrigos em Boa Vista ou forem voluntários para a interiorização podem ser imunizados contra a Covid-19", informou a Acolhida.

Segundo as novas regras para restrições excepcionais e temporárias de entrada no país, publicado no último dia 24 de julho, antes de realizarem a regulamentação migratória, os imigrantes passam por testes para detectar se estão com a Covid.

Venezuelanos no Brasil

Grandes filas se formas nas ruas de Pacaraima, município de Roraima que faz fronteira com a Venezuela

Caíque Rodrigues/G1

No dia 24 de junho o governo federal liberou a passagem de estrangeiros em vulnerabilidade social pela fronteira com a Venezuela - até então, a passagem estava completamente fechada como medida para evitar a Covid. Com isso, os migrantes passaram a dormir nas ruas e enfrentar longas filas para ser regularizarem no Brasil.

Apesar da flexibilização, a fronteira continua oficialmente fechada. O fechamento ocorre desde 18 de março de 2020. A portaria, no entanto, permite a entrada de grupos como: crianças ou adolescentes desacompanhados; famílias com crianças ou adolescentes; pessoas com problemas de saúde; idosos; e pessoas que sofrem grave ameaça a integridade física.

Roraima concentrou quase 60% dos pedidos de refúgio no Brasil em 2020, conforme o Ministério da Justiça, em parceria com o Observatório das Migrações Internacionais (Obmigra) e baseado em dados do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare).

Antes da liberação da passagem na fronteira, os venezuelanos estavam entrando no país por rotas clandestinas para fugir da crise econômica e social do país comandado por Nicolás Maduro.