PARA TRIPLICAR COLHEITA PRODUTORES DO AMAPÁ ABANDONAM A SOJA E INVESTEM NO FEIJÃO

O feijão caupi foi uma aposta de produtores do Amapá depois que muitos tiveram problemas com autorização ambiental para plantar soja no estado. Conforme a estimativa da produção agrícola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), agosto indica que o feijão terá produção triplicada este ano, enquanto que a soja perdeu metade dos hectares.

PARA TRIPLICAR COLHEITA PRODUTORES DO AMAPÁ ABANDONAM A SOJA E INVESTEM NO FEIJÃO

AMAPÁ - O feijão caupi foi uma aposta de produtores do Amapá depois que muitos tiveram problemas com autorização ambiental para plantar soja no estado. Conforme a estimativa da produção agrícola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), agosto indica que o feijão terá produção triplicada este ano, enquanto que a soja perdeu metade dos hectares.

A pesquisa foi divulgada esta semana pelo IBGE, que destaca que essa pode ser a maior safra de feijão dos últimos 15 anos no Amapá.

A mudança da previsão do início do ano para o segundo semestre foi considerável, segundo Raul Tabajara, tecnologista e coordenador das pesquisas agropecuárias.

"A previsão feita em janeiro era que fosse colhida em torno 1 mil hectares de feijão caupi. Só que durante esse período houve problema de licenciamento para a soja, que inicialmente tinha previsão de 20 mil hectares mas foram plantadas só 6,7 mil hectares. Muitos empresários ficaram impedidos de plantar a soja devido às licenças ambientais. Sem isso, alguns, poucos mesmo, aproveitaram para plantar o feijão caupi. Hoje tem uma previsão de 4,4 mil hectares de feijão caupi a serem colhidos, com produção de 3,7 mil toneladas que vai entrar no mercado", destacou Tabajara.

O feijão caupi tem o plantio predominante em maio e a colheita, em julho. O IBGE destaca que esse produto tem sido produzido principalmente em Porto Grande, Itaubal (onde teve produção de soja trocada pelo feijão), e Tartarugalzinho (cuja previsão é de 300 hectares este ano).

"Antes, todo o feijão caupi produzido, como no ano passado, não ia para o mercado, ficava praticamente para o agricultor comer. Muito do que vem de fora vem embutido o preço de transporte, de impostos de outros estados. Então vamos ver se esse ano a lei do mercado funciona e se haverá pequena queda no preço, com lucro justo aos produtores", completou Tabajara.

Em números

O IBGE estima que, em agosto, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas estimada para 2021 deve totalizar 23,7 mil toneladas, recuando 53,1% frente a 2020, mas aumentando 52% em relação ao que foi previsto para julho.

Em relação ao feijão, a alta é de 347% na área de produção em relação ao ano passado, com recorde de 3,7 mil toneladas (360% a mais que em 2020, quando foram coletadas 812 toneladas do produto).

A área de produção da soja caiu 66,6% e a colheita deve ser 62,4% menor que no ano passado, ficando em torno de 18 mil toneladas.

A mandioca assumiu o posto de maior área a ser colhida com a redução do plantio de soja, prevendo 10,5 mil hectares. A produção de mandioca deve ultrapassar 113,5 mil toneladas.