Lula e Bolsonaro querem usar disputa em São Paulo para 'testar' sucessores

Lula e Bolsonaro querem usar disputa em São Paulo para 'testar' sucessores
Para petistas ouvidos pelo blog, uma vitória de Fernando Haddad no estado dá mais força ao ex-prefeito em uma futura disputa presidencial como nome do PT e herdeiro do “lulismo”. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em imagem do dia 17 de dezembro de 2021

Amanda Perobelli/Reuters

Em campos opostos na eleição, petistas e bolsonaristas concordam em uma avaliação: o futuro do lulismo e do bolsonarismo passa pelo “teste” da disputa pelo comando do Palácio dos Bandeirantes.

Pelo menos hoje, a leitura que as duas pré-campanhas fazem, quando questionados pelo blog, é a mesma: tanto Lula quanto Bolsonaro querem “testar e fortalecer nomes de potenciais sucessores” para futuras eleições presidenciais em que eles não serão protagonistas.

No caso de Lula, um dos nomes mais cotados para sua eventual sucessão é, como se sabe, de Fernando Haddad.

Haddad, que disputou a presidência em 2018, quer ser candidato em 2022 ao Palácio dos Bandeirantes.

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Com ou sem vitória de Lula, Haddad já é apontado como um sucessor natural do ex-presidente – mas, se ganhar no maior colégio eleitoral do país – tradicionalmente comandado pelo ex-rival PSDB – Haddad ganha ainda mais força em uma futura disputa presidencial como nome do PT e herdeiro do “lulismo”, avaliam petistas ouvidos pelo blog.

A mesma avaliação vale para Tarcisio Freitas, atual ministro da Infraestrutura, que é apontado por bolsonaristas do Palácio do Planalto, por militares e também por líderes do centrão como “um dos favoritos” para futuras disputas presidenciais pelo campo bolsonarista.

Um ministro de Bolsonaro resume a estratégia ao blog: “Se Tarcisio ganhar o governo de São Paulo, não vai ter para ninguém em 2026”.

Como se vê, 2022 ainda nem começou – mas o futuro próximo dos dois campos está na pauta do dia – e, por isso, também faz parte dos cálculos eleitorais das campanhas que vão disputar de outubro.