Cármen Lúcia vota por reintegrar sociedade civil ao conselho do Fundo Nacional do Meio Ambiente

Cármen Lúcia vota por reintegrar sociedade civil ao conselho do Fundo Nacional do Meio Ambiente
STF julga 'pacote verde' com sete ações ligadas à pauta ambiental. Ministra defendeu também derrubar decretos que esvaziaram Conselho da Amazônia Legal e comitê do Fundo Amazômia. A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia votou nesta quinta-feira (7) para determinar que o governo Jair Bolsonaro restabeleça a participação de representantes da sociedade civil no conselho deliberativo Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA).

Esse conselho é responsável por estabelecer prioridades e diretrizes para a atuação do FNMA, que é o mais antigo fundo da América Latina voltado para o meio ambiente.

Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, desde 1989, foram 1.450 projetos socioambientais apoiados, e recursos da ordem de R$275 milhões investidos em iniciativas de conservação e de uso sustentável dos recursos naturais.

A ministra também votou por considerar inconstitucionais outros dois decretos: o que, na prática, afastou os governadores de estados da Amazônia Legal do Conselho Nacional da Amazônia Legal e o que extinguiu o Comitê Organizador do Fundo Amazônia - que implicou no afastamento integral da sociedade civil de manifestações sobre o fundo.

Os ministros julgam o chamado pacote verde, que discute políticas socioambientais adotadas no país nos últimos anos. Veja abaixo:

STF retoma julgamento de ações que contestam política ambiental do governo federal

A ação em análise foi apresentada pelo partido Rede Sustentabilidade, que questiona decreto do governo que extinguiu a participação da sociedade civil do conselho. Antes, o colegiado era formado por 17 cadeiras, sendo nove do governo e oito da sociedade civil. Com a mudança, foram mantidos só nomes do governo.

O partido argumentou que a retirada da sociedade civil resulta na redução da proteção normativa do meio ambiente.

Relatora da ação, a ministra Cármen Lúcia votou para derrubar trechos de decretos que alteraram o conselho. Para a relatora, as modificações fixando a exclusão da sociedade civil são inconstitucionais.

"A Constituição não é nem formal nem acanhada em cuidar da cidadania em matéria ambiental. A participação popular em matéria ambiental é fixada também em ajustes e compromissos firmados internacionalmente pelo Brasil", disse a ministra.