Alto funcionário da UE apoia plano para reconstruir a Ucrânia

Alto funcionário da UE apoia plano para reconstruir a Ucrânia
O custo da reconstrução da Ucrânia foi discutido em reuniões recentes nas Nações Unidas, no Fundo Monetário Internacional e no Banco Mundial em Washington. Homem senta em banco perto de um prédio destruído em Mariupol, no leste da Ucrânia, no dia 9 de maio de 2022

REUTERS/Alexander Ermochenko

Um alto funcionário europeu apoiou um plano de vários trilhões de euros no estilo "Marshall" (plano americano utilizado no fim da segunda guerra mundial) para reconstruir a Ucrânia. Ele prometeu o apoio do braço de empréstimos da União Europeia para o que ele chamou de "um esforço de resgate global".

Sob o esquema dos EUA pós-Segunda Guerra Mundial conhecido como Plano Marshall, os Estados Unidos concederam à Europa o equivalente atual de cerca de US$ 200 bilhões em quatro anos em assistência econômica e técnica.

Bandeira rasgada da Ucrânia pendurada em um fio em frente a um prédio de apartamentos destruído

Alexander Ermochenko/File Photo/REUTERS

Abordando a necessidade de um programa semelhante para a Ucrânia, Hoyer disse à Reuters que o custo da reconstrução do país havia sido discutido em reuniões recentes nas Nações Unidas, no Fundo Monetário Internacional e no Banco Mundial em Washington.

"Quanto custará reconstruir a Ucrânia? Os números estavam voando pela sala, mas uma coisa está bem clara para mim: não estamos falando de milhões, mas de trilhões", disse Hoyer, ex-ministro das Relações Exteriores da Alemanha sob o chanceler Helmut. Kohl após a queda do Muro de Berlim.

As observações de Hoyer ressaltam como a União Européia está se preparando para enfrentar o impacto econômico cada vez maior da guerra, usando a influência do Banco Europeu de Investimento pan-nacional, que normalmente financia infraestrutura, como estradas e pontes.

"É um desafio para todo o mundo livre garantir que este (apoio) seja fornecido", disse Hoyer, um dos funcionários de mais alto escalão da Alemanha na União Europeia.

Logotipo do FMI é visto do lado de fora do prédio da sede em Washington

Yuri Gripas/Reuters

"Os líderes políticos devem tomar uma decisão o mais rápido possível", disse Hoyer. "Mas acho que precisamos de uma estrutura que realmente tenha como alvo um público global e não apenas os contribuintes da União Europeia".

O debate está se desenrolando em um cenário de guerra na Ucrânia e um impasse cada vez mais tenso entre Moscou e Bruxelas, que apoiou duras sanções para isolar a Rússia.

Putin no 'Dia da Vitória'

Kirill KUDRYAVTSEV / AFP

O presidente russo, Vladimir Putin, disse a suas forças armadas em um desfile nesta semana que estavam lutando por seu país, mas não deu pistas sobre quanto tempo duraria o ataque à Ucrânia, que o Kremlin chama de "operação militar especial".

No início do dia, o ministro das Finanças da Ucrânia, Serhiy Marchenko, disse que a economia do país deve encolher quase pela metade este ano. Leia história completa

Pessoas caminham em frente a prédio residencial fortemente danificado durante conflito entre Rússia e Ucrânia na cidade ucraniana de Mariupol

Alexander Ermochenko/REUTERS

Seu banco central estima que um terço das empresas ucranianas pararam de produzir por enquanto, enquanto a ONU avalia que quase 6 milhões de pessoas - cerca de 13% da população - já fugiram.

Pesquisadores da Economic Policy Research, uma rede de economistas, projetaram o custo da reabilitação da Ucrânia. Segundo eles, esse valor já é de 500 bilhões a 600 bilhões de euros, mais de três vezes sua produção econômica anual antes da guerra.

A previsão de Hoyer sugere que isso ainda pode aumentar acentuadamente.