Sri Lanka proíbe saída do ex-primeiro-ministro e de seus aliados do país

Sri Lanka proíbe saída do ex-primeiro-ministro e de seus aliados do país
Um juiz da capital Colombo ordenou à polícia que investigue os ataques de simpatizantes do governo contra manifestantes pacíficos. Primeiro-ministro do Sri Lanka, Mahinda Rajapaksa, que renunciou ao cargo após fortes protestos no país, em 9 de maio de 2022

Reuters

Um tribunal do Sri Lanka proibiu nesta quinta-feira (12) o ex-primeiro-ministro Mahinda Rajapaksa, seu filho Namal e 15 aliados de sair do país devido aos ataques violentos contra manifestantes antigovernamentais.

Um juiz da capital Colombo ordenou à polícia que investigue os ataques de simpatizantes do governo contra manifestantes pacíficos, que aconteceram na segunda-feira e resultaram em confrontos que deixaram nove mortos, além de uma onda de destruição.

Um funcionário da corte disse à AFP que o tribunal recebeu um pedido para emitir um mandado de prisão contra Rajapaksa e seus associados, "mas o juiz o rejeitou porque a polícia já tem autoridade para prender qualquer suspeito".

As vítimas da violência de segunda-feira afirmaram que Rajapaksa e seus aliados transportaram quase 3.000 simpatizantes em ônibus e os estimularam a atacar os manifestantes.

Imagem de veículo das forças de segurança de Sri Lanka após confrontos com manifestantes, em 9 de maio de 2022

Ishara s. Kodikara / AFP

Entre os mais de 220 hospitalizados após as agressões estão monges budistas e padres católicos.

As represálias se propagaram rapidamente pelo país, com incêndios em dezenas de casas de simpatizantes de Rajapaksa.

Confronto entre manifestantes e apoiadores do governo do Sri Lanka, em 9 de maio de 2022

Ishara s. Kodikara / AFP

Após a violência, o chefe de Governo de 76 anos renunciou ao cargo e teve que ser retirado de sua casa com a proteção de soldados armados.

Ele se encontra em uma base naval no leste do país.

Seu filho e ex-ministro Namal afirmou na terça-feira que a família não pretende abandonar o país.