Contas públicas têm superávit de R$ 4,3 bilhões em março e dívida recua para 78,5% do PIB
Resultado foi divulgado nesta segunda (16) pelo BC e abrange governo federal, estados, municípios e estatais. No acumulado do ano, setor público registrou saldo positivo de R$ 109,6 bilhões. As contas do setor público consolidado registraram superávit primário de R$ 4,3 bilhões em março deste ano, informou o Banco Central nesta segunda-feira (16). O valor abrange governo federal, estados, municípios e empresas estatais.O superávit primário acontece quando as receitas com impostos superam as despesas, desconsiderando os juros da dívida pública. Quando acontece o contrário, o resultado é de déficit primário. De acordo com dados oficiais, o resultado representa piora na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando foi registrado um saldo positivo de R$ 5 bilhões. Segundo o BC, o superávit em março foi assegurado pelo resultado positivo nas contas de estados, municípios e estatais. Isso porque o governo federal registrou saldo negativo.Ao todo:o governo federal registrou déficit de R$ 7,8 bilhões;estados e municípios tiveram resultado positivo de R$ 11,9 bilhões;empresas estatais registraram superávit de R$ 242 milhões.No acumulado do primeiro trimestre deste ano, ainda segundo o BC, as contas públicas registraram um superávit primário de R$ 109,6 bilhões, novo recorde para o período. No mesmo período do ano passado, o saldo positivo das contas públicas somou R$ 51,6 bilhões. A série histórica do BC tem início em dezembro de 2001.Após despesas com jurosQuando se incorporam os juros da dívida pública na conta – no conceito conhecido no mercado como resultado nominal, utilizado para comparação internacional – houve déficit de R$ 26,5 bilhões nas contas do setor público em março.Já em 12 meses até março deste ano, o resultado ficou negativo (déficit nominal) em R$ 281 bilhões, o equivalente a 3,15% do PIB.Esse número é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco para a definição da nota de crédito dos países, indicador levado em consideração por investidores.O resultado nominal das contas do setor público sofre impacto do déficit primário elevado, das atuações do BC no câmbio, e dos juros básicos da economia (Selic) fixados pela instituição para conter a inflação. Atualmente, após seis elevações seguidas, a Selic está em 12,75% ao ano, o maior valor em mais de cinco anos.Segundo o BC, no mês passado houve despesa com juros nominais somaram R$ 30,8 bilhões. Em doze meses até março, os gastos com juros somaram R$ 403,8 bilhões (4,52% do PIB).Dívida brutaA dívida bruta do setor público, indicador que também é acompanhado pelas agências de classificação de risco, registrou queda em março.Em dezembro do ano passado, a dívida estava em 80,3% do PIB, somando R$ 6,966 trilhões. Em fevereiro deste ano, atingiu 79,2% do PIB, o equivalente a R$ 7,001 trilhões e, em março, recuou para 78,5% do PIB, ou R$ 7,009 trilhões. Esse é o menor patamar desde abril de 2020, quando o endividamento estava em 78,4% do PIB. Ou seja, é o menor nível em quase dois anos.De acordo com o Banco Central, esse recuo da dívida em março é resultado, principalmente, do efeito do crescimento do PIB nominal, além da queda do dólar e dos resgates líquidos da dívida pública.