Justiça da Argentina aceita proposta de presidente e encerra caso por festa durante pandemia

Justiça da Argentina aceita proposta de presidente e encerra caso por festa durante pandemia
Por esse acordo, o presidente e sua esposa deverão transferir um total de três milhões de pesos (R$ 117, 5 mil) ao um instituto de saúde —Alberto Fernández vai precisar pegar um empréstimo para poder pagar esse dinheiro. Imagem de comemoração na residência oficial do presidente da Argentina em que Alberto Fernández aparece

Reprodução/Twitter

A Justiça argentina encerrou um processo contra o presidente Alberto Fernández, nesta segunda-feira (23), ao aceitar uma doação como compensação pelos potenciais danos causados pelo jantar de aniversário da primeira-dama Fabiola Yañez em 2020, em pleno confinamento total pela Covid-19.

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Por esse acordo, o presidente e sua esposa deverão transferir um total de três milhões de pesos (cerca de R$ 117,5 mil) ao Instituto Malbrán de pesquisa bacteriológica e centro de elaboração de vacinas e soros.

Em agosto do ano passado, a publicação de uma foto tirada em 14 de julho de 2020 durante o jantar de aniversário de Yañez, que contou com a presença de dezenas de convidados na residência oficial em Olivos, desencadeou uma enxurrada de críticas.

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Lembre o caso

A comemoração que gerou o processo aconteceu no momento em que os argentinos cumpriam uma quarentena rigorosa que proibia reuniões e impedia até mesmo a realização de enterros.

Naquele momento, Fernández se desculpou pela comemoração, que descreveu como um erro, mas uma fundação da oposição apresentou uma queixa legal pela qual ele, a primeira-dama e os convidados foram imputados.

Na semana passada, o promotor Fernando Domínguez aceitou a proposta do presidente de pagar 1,6 milhão de pesos por sua parte e outro 1,4 milhão de pesos por Yañez.

"Não há controvérsia alguma entre as partes quanto à qualificação jurídica do fato, ao funcionamento da instituição invocada, à extensão do dano e proporcionalidade da oferta", escreveu o juiz ao aprovar o acordo que permite encerrar o caso.

A promotoria estimou que o valor cobriria o preço de um respirador para ser usado em terapia intensiva para pacientes com Covid e mais quatro dias de internação.

"Os cidadãos tem o direito de propor uma compensação econômica para extinguir a ação, e eu fiz isso. Usei um direito que tenho como cidadão, não uma prerrogativa como presidente", disse o presidente ao defender sua proposta, criticada pelo oposição.

Fernández vai precisar contrair um empréstimo bancário para pagar, segundo a imprensa.

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