Depois de Polícia do PR descartar crime político, Planalto considera morte de militante petista como 'página virada'

Depois de Polícia do PR descartar crime político, Planalto considera morte de militante petista como 'página virada'
Depois de a Polícia Civil descartar crime político na morte de um militante petista por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro, o Palácio do Planalto considera o episódio uma “página virada” e avalia que a conclusão do inquérito reforça os argumentos do governo de que o assassinato teria sido motivado por uma “briga pessoal” de duas pessoas que divergem politicamente

O tesoureiro do PT, Marcelo Arruda, de 50 anos, foi morto a tiros por Jorge Guaranho, agente penal federal e apoiador do presidente Jair Bolsonaro, na própria festa de aniversário no último domingo (10). O evento tinha como tema o Partido dos Trabalhadores (PT) e o ex-presidente Lula.

Cronologia: assassinato de tesoureiro do PT

Desde o início, o presidente Jair Bolsonaro buscou transferir para a esquerda o clima de tensão política existente no país. O vice-presidente Hamilton Mourão chegou a dizer que o assassinato era resultado de uma briga comum de fim de semana.

Bolsonaro foi aconselhado por seus aliados no Centrão a condenar enfaticamente o assassinato do petista e vir a público para defender paz e tolerância política no período eleitoral, mas ele optou pelo caminho de acusar a esquerda por atos violentos em períodos de eleição no Brasil e ficar se queixando de que estariam querendo colocar no colo dele a morte de Marcelo Arruda.

Bolsonaro diz ser contra violência e se irrita com repercussão do assassinato de tesoureiro do PT

Segundo assessores presidenciais, Bolsonaro ganhou, com a conclusão do inquérito, um argumento para rebater as acusações do PT de que o assassinato de Marcelo Arruda foi um crime de ódio por motivação política. Mas esperam que o presidente evite focar no assunto nas suas entrevista porque, com certeza, o advogado da vítima e o PT vão pedir a reabertura do inquérito.

Tanto a família de Marcelo Arruda como líderes do PT avaliam que a Polícia Civil do Paraná tinha motivos de sobra para pedir a prorrogação do inquérito e não concluí-lo “apressadamente”.

Segundo eles, a pressa reforça as suspeitas de que as investigações acabariam sofrendo influência política da parte de aliados do presidente Bolsonaro.