Governo da Itália pode cair, pois partidos que dão base à coalizão política boicotam voto de confiança

Governo da Itália pode cair, pois partidos que dão base à coalizão política boicotam voto de confiança
Três partidos da base de Mario Draghi no Parlamento afirmaram que vão boicotar voto de confiança. O caminho mais provável, agora, é que se convoque eleições antecipadas ainda neste ano. Senado italiano no dia 20 de julho de 2022

Guglielmo Mangiapane/Reuters

Os principais partidos que sustentavam o governo do primeiro-ministro Mario Draghi, da Itália, se recusaram a participar de um voto de confiança no governo nesta quarta-feira (20), o que indica que a coalizão deve colapsar, e o governo, cair.

Draghi havia pedido uma votação de confiança para acabar com as divisões dentro da aliança e renovar a coalizão.

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Os partidos de direita, Forza Itália e Liga, disseram que não iriam participar da votação.

O Movimento 5 Estrelas também disse que iria boicotar o voto.

A crise política na Itália começou na semana passada, quando o 5 Estrelas boicotou uma outra votação.

Draghi tentou negociar

Já na semana passada, Draghi tentou renunciar, mas o presidente Sergio Matterella recusou o pedido e ainda pediu para que ele procurasse o Parlamento para tentar uma votação de confiança.

Draghi foi ao Parlamento e tentou defender seu governo de um ano e meio.

Ele falou da guerra na Ucrânia, da alta na desigualdade social e da inflação e afirmou que os partidos políticos precisam apoiá-lo se quiserem direcionar o país para eleições no começo de 2023.

“Se quisermos nos manter unidos, a única forma é reconstruir esse pacto, com coragem, altruísmo e credibilidade”, disse ele em seu discurso.

O pedido não foi atendido. Os partidos conservadores só aceitam se manter na aliança se o 5 Estrelas for expulso.

E agora?

Se Draghi considerar que não há união dentro da coalizão, ele deve renunciar e, dessa forma, abrir caminho para eleições antecipadas, que devem ocorrer em setembro ou outubro.

O Partido Democrático, de centro-esquerda, reclamou do provável fim da coalizão. O chefe do partido disse que o Parlamento foi contra a vontade do povo.

"Os italianos se mostrarão mais sábios nas urnas do que seus políticos", disse o líder do PD, Enrico Letta, sinalizando que espera que eleições antecipadas sejam convocadas para romper o impasse.

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