Reclamações contra companhias aéreas em 2022 já superam os números registrados em 2019

Reclamações contra companhias aéreas em 2022 já superam os números registrados em 2019
Levantamento mostra que, entre janeiro e maio deste ano, houve 53.096 registros – a maioria relacionados a cancelamentos. Em 2019, foram 53.049 casos. Reclamações contra as companhias aéreas em 2022 superam a dos período pré-pandemia

As férias de julho aumentaram o movimento dos aeroportos – setor que tem dado dor de cabeça ao consumidor. Em 2022, as reclamações contra as companhias aéreas registradas entre janeiro e maio deste ano já superaram os números de 2019, antes da pandemia.

Um levantamento feito a partir de dados do Reclame Aqui mostra a piora do serviço em números:

2019 – 53.049 reclamações;

2020 – 81.533 reclamações;

2021 – 115.305 reclamações;

Entre janeiro e maio de 2022 – 53.096.

De janeiro a maio deste ano, foram feitas, por dia, 353 reclamações contra as companhias aéreas.

A principais queixas são as seguintes:

45% – cancelamentos;

38,5% – probelams de atendimentos;

6% – dificuldades para pagamentos;

3,7% – dificuldades para reembolsos;

1,9% – problemas com milhas;

4% – outros.

"Nossa conexão não esperou e foi embora, deixando uma quantidade considerável de passageiros sem conseguir chegar em casa, no destino final. É caro e não estão prestando um serviço decente, infelizmente", reclamou o militar Cristiano Marçal – ele foi obrigado a passar a noite em Brasília.

"Não nos avisaram e não prestaram assistência. A gente que foi buscar informação", descreveu o administrador Joaquim Neto. Ele teve que encarar demora no check-in e atraso no voo.

Para o Instituto Reclame Aqui, a explosão de reclamações contra as companhias aéreas está relacionada às demissões das empresas aéreas para conter custos que coincidiu com a mudança temporária de regras de cancelamento e reembolso em função da pandemia.

"É sempre mais vantajoso investir tempo e paciência na tentativa de contato com as companhias aéreas, seja pelos canais de atendimento, seja pelas outras plataformas de reclamação. Isso é muito importante porque, se a empresa não resolver espontaneamente o problema, o consumidor deve ter o comprovante dessa tentativa para buscar a via judicial, que tem sido a grande solução para grande parte dos consumidores", orientou o diretor de Relações Institucionais do Instituto de Defesa do Consumidor, Igor Britto.

Regras para o atraso

As regras em vigor atualmente são de antes da pandemia. Ou seja, se o voo atrasar, o passageiro deve ser avisado a cada meia hora sobre a nova previsão de partida.

A partir de uma hora de atraso, a companhia aérea é obrigada a fornecer internet e telefone.

Quando o atraso supera as duas horas, a companhia tem que garantir alimentação.

Em caso de atrasos superiores a quatro horas, a companhia deve oferecer hospedagem e transportes. Se o passageiro quiser, também pode exigir reembolso integral ou outro meio de transporte.

O mesmo vale para voos cancelados.

VOO ATRASADO OU CANCELADO: veja quais os direitos dos passageiros

Sobre o aumento de reclamações, a TV Globo procurou a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) – esta informou que o contato deveria ser feito com as principais companhias aéreas do país.

Por meio de nota, a TAM, a Azul e a Gol informaram que reduziram o volume de reclamações e que mantêm os canais de atendimento ao consumidor em constante aprimoramento.

Afirmaram, ainda, que a pandemia impôs novos desafios para as equipes de atendimento.