Líder supremo do Irã promete vingança após ataque mortal contra peregrinos xiitas

Líder supremo do Irã promete vingança após ataque mortal contra peregrinos xiitas
O Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque que deixou 15 pessoas mortas. O enterro aconteceu nesta sexta-feira. No Irã, vítimas de ataque a santuário xiita são enterradas

O líder supremo do Irã prometeu na quinta-feira (28) retaliar contra aqueles que ameaçam a segurança do país após o massacre de peregrinos xiitas, em ataque reivindicado pelo Estado Islâmico que ameaça inflamar as tensões em meio a protestos antigovernamentais generalizados.

Em um comunicado lido na TV estatal, o aiatolá Ali Khamenei disse que os agressores "certamente serão punidos" e pediu aos iranianos que se unam.

"Todos nós temos o dever de lidar com o inimigo e seus agentes traidores ou ignorantes", declarou Khamenei um dia após o ataque matar 15 pessoas. O enterro aconteceu nesta sexta-feira (veja o vídeo acima).

O pedido de unidade de Khamenei parecia ser dirigido principalmente a partidários do governo e não a manifestantes cujo movimento de quase seis semanas é visto pelas autoridades como uma ameaça à segurança nacional.

Protestos no Irã

Os governantes clericais do Irã enfrentam manifestações em todo o país desde a morte sob custódia policial de Mahsa Amini, uma mulher curda de 22 anos, em 16 de setembro.

Autoridades iranianas disseram que prenderam um atirador que realizou o ataque no santuário Shah Cheragh, na cidade de Shiraz. A mídia estatal culpou os "terroristas takfiri" - um rótulo que Teerã usa para militantes muçulmanos sunitas radicais, como o Estado Islâmico.

O Estado Islâmico, que já representou uma ameaça à segurança em todo o Oriente Médio, reivindicou violência anterior no Irã, incluindo ataques mortais em 2017 que atingiram o Parlamento e o túmulo do fundador da República Islâmica, o aiatolá Ruhollah Khomeini.

O assassinato de peregrinos xiitas na quarta-feira ocorreu no mesmo dia em que as forças de segurança iranianas entraram em confronto com manifestantes cada vez mais estridentes, marcando 40 dias desde a morte de Amini.

As manifestações se tornaram um dos maiores desafios ??à liderança clerical desde a revolução de 1979, atraindo muitos iranianos às ruas, com alguns pedindo a queda da República Islâmica e a morte do líder supremo Khamenei.

O grupo de direitos humanos Hengaw disse que dois jovens foram mortos a tiros pela polícia durante protestos em Sanandaj, capital da província do Curdistão, e na cidade de Mahabad, no noroeste, durante manifestações em todo o Irã na quarta-feira. A Reuters não pôde verificar o relato.

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