Era Musk: Twitter tem duas primeiras semanas turbulentas com nova gestão

Era Musk: Twitter tem duas primeiras semanas turbulentas com nova gestão
Depois de fechar o acordo de compra da plataforma no fim de outubro, o empresário sul-africano anunciou demissão em massa, perdeu anunciantes e gerou confusão ao criar modelo com "dois selos" de verificação. Elon Musk veste fantasia para festa de Halloween da modelo Heidi Klum, em Nova York

Evan Agostini/Invision/AP

A rede social Twitter está nas mãos do bilionário Elon Musk desde o dia 27 de outubro. De lá para cá, o homem mais rico do mundo demitiu o alto escalão da plataforma, supostamente suspendeu contas que trocaram o usuário para "Elon Musk" e causou polêmica com o vai e vem da nova verificação.

Em sua conta pessoal, o empresário vem comentando toda as mudanças feitas e usa memes para rebater críticas.

Recentemente, Musk bateu boca com a deputada democrata Alexandria Ocasio-Cortez, que criticou a verificação paga. Ele também adiantou que a empresa fará "muitas coisas estúpidas".

"Observe que o Twitter fará muitas coisas estúpidas nos próximos meses. Vamos manter o que funciona e mudar o que não funciona", disse Elon Musk.

Confira a seguir as primeiras medidas de Musk à frente do Twitter.

27 de outubro: compra e demissão de executivos

Um dia depois de entrar na sede da empresa segurando uma pia, Musk enfim concluiu a aquisição do Twitter, pagando cerca de US$ 44 bilhões (R$ 235 bilhões), segundo a agência Reuters.

Ele demitiu o presidente-executivo, Parag Agrawal, o diretor financeiro, Ned Segal, e a chefe de assuntos jurídicos e de políticas, Vijaya Gadde.

"O pássaro foi libertado", publicou o empresário em sua conta. A postagem teve mais de 2 milhões de curtidas.

28 de outubro: conselho para moderação de conteúdo

Musk, que já se declarou como "absolutista da liberdade de expressão", anunciou que formaria um conselho de moderação em sua nova empresa. Ele, no entanto, não detalhou quando esse grupo seria formado, nem os nomes dos integrantes.

"O Twitter formará um conselho de moderação de conteúdo com pontos de vista amplamente diversos. Nenhuma decisão importante de conteúdo ou restabelecimento de conta acontecerá antes que o conselho se reúna", publicou.

4 de novembro: Twitter demite 50% dos funcionários

No início de novembro, trabalhadores do Twitter no mundo todo relataram ter recebido comunicados de demissão. Segundo o chefe de segurança e integridade do Twitter, Yoel Roth, as demissões na empresa afetaram cerca de 50% dos funcionários.

"A gente tinha muita proximidade com a direção global. Isso mudou depois do processo do Musk. Ficamos muito distantes e sem informações. Muitos do Twitter Brasil pediram demissão por essa incerteza", disse ao g1 uma funcionária da empresa no Brasil.

"Em relação à redução de força do Twitter, infelizmente não há escolha quando a empresa está perdendo mais de US$ 4 milhões/dia", disse Musk.

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4 de novembro: Anunciantes pressionam Twitter

No mesmo dia da demissão em massa, o Grupo Volkswagen pediu que suas marcas pausassem publicidade paga dentro da rede social. "Estamos monitorando de perto a situação [do Twitter] e decidiremos os próximos passos dependendo de sua evolução", disse o conglomerado.

O movimento foi seguido por outras empresas, como Allianz, General Mills, General Motors e Gilead Sciences.

5 de novembro: Twitter testa verificação paga com Twitter Blue

Disponível apenas nos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Reino Unido e na Nova Zelândia, Musk anunciou uma nova versão do Twitter Blue, serviço que oferece recursos premium, que custa US$ 8 por mês (cerca de R$ 40). A grande novidade aqui foi o selo de verificação, que todos podem ter ao fazer a assinatura.

A novidade também prometia outros benefícios que serão entregues em breve, como menos propaganda, prioridade nas respostas a tuítes e capacidade de postar vídeos longos.

7 de novembro: contas suspensas por usarem nome 'Elon Musk'

Artistas tiveram suas contas suspensas na plataforma após trocarem seus usuários pelo nome do bilionário. Foram afetados a comediante Kathy Griffin, o ator Rich Sommer e o cartunista Jeph Jacques.

Não foi possível afirmar que a alteração de nome motivou a suspensão dessas e de outras contas. Mas, após o perfil de Griffin ser desativado, Musk disse que "daqui para frente, qualquer pessoa que falsificar identidade sem especificar claramente 'paródia' seria suspensa permanentemente".

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8 de novembro: Twitter anuncia selo 'Oficial'

A executiva de produto do Twitter Esther Crawford anunciou o selo "Oficial" com o objetivo de diferenciar assinantes do Twitter Blue de perfis que são verificados porque têm grande visibilidade. A novidade gerou uma série memes devido à redundância.

"Vazou como será a verificação real-oficial-verdadeira do Twitter ????", disse um usuário

Reprodução/Twitter

10 de novembro: Selo 'Oficial' é morto, mas sobrevive

Sem dar detalhes, Musk interagiu com o influenciador de tecnologia Marques Brownlee e disse que "matou" o novo selo -- isso em menos de 24 horas após o lançamento. O bilionário ainda completou dizendo que o "verificado azul seria o grande nivelador" de contas.

Poucas horas depois, a página de suporte do Twitter confirmou o retorno do "Oficial". Nesta sexta-feira (11), a conta tuitou: "Para combater a falsificação de identidade, adicionamos um rótulo 'Oficial' a algumas contas".

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10 de novembro: Musk põe fim ao home office no Twitter

Enquanto a polêmica dos selos rolava, Musk anunciava novas medidas aos colaboradores restantes. Segundo a "Bloomberg", o empresário anunciou o fim do home office e ficou determinado que os funcionários trabalhem em regime presencial por, no mínimo, 40 horas semanais.

Além dessas medidas, Musk informou o fim do "dia de descanso", uma folga remunerada por mês concedida aos trabalhadores.

11 de novembro: Musk suspende novas assinaturas do Twitter Blue

A quantidade de perfis fakes de artistas e empresas verificados fez com que o Twitter pausasse novas assinaturas do Twitter Blue, segundo os jornais The Guardian e Financial Times. Foram criados perfis falsos verificados do ex-presidente americano Donald Trump, do personagem Mario Bros (Nintendo) e do jogador de basquete Lebron James.

Além da Nintendo, um caso grave afetou a farmacêutica Lilly, que registrou queda de 4% nas ações depois que um perfil fake com selo azul tuitou que daria insulina "de graça".

"Pedimos desculpas àqueles que receberam uma mensagem enganosa de uma conta falsa da Lilly", disse a conta verdadeira depois.

12 de novembro: Musk promete retomar Twitter Blue

Sem dar detalhes, Musk afirmou em resposta a um usuário que o Twitter Blue voltará "provavelmente no fim da próxima semana".

Elon Musk diz que Twitter Blue voltará "provavelmente no fim da próxima semana"

Reprodução/Twitter