10 anos de guerra na Síria deixaram quase 500 mil mortos, afirma ONG

10 anos de guerra na Síria deixaram quase 500 mil mortos, afirma ONG
Balanço atualizado inclui mais 105 mil óbitos confirmados recentemente pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos. Quase metade são civis que perderam a vida torturados nas prisões. Sírios esperam para atravessar a rua em Damasco perto de cartazes do presidente da Síria, Bashar Al-Assad, em 18 de maio, dias antes da eleição presidencial

Firas Makdesi/Reuters

Quase 500 mil pessoas morreram em 10 anos de guerra na Síria, anunciou nesta terça-feira (1º) o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

O balanço atualizado inclui mais 105.015 óbitos confirmados recentemente pela ONG. Quase metade (42.103) são civis que perderam a vida torturados nas prisões do regime.

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A grande maioria das mortes que a organização conseguiu confirmar aconteceu entre "o fim de 2012 e o fim de 2015", afirmou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, à agência de notícias France Presse.

A guerra civil causou exatas 494.438 mortes desde 2011, segundo a ONG, que tem sede em Londres. Das vítimas do confronto:

159.774 eram civis, incluindo 25 mil menores de idade

168 mil eram combatentes pró-regime (metade deles soldados sírios)

79.844 mortes eram rebeldes, incluindo os islamitas

68.393 eram extremistas, principalmente do Estado Islâmico e do Hayat Tahrir al-Sham, ex-braço sírio da Al-Qaeda

57.567 mortes nas prisões governamentais e outros centros de detenção do regime

A ONG diz que os ataques do regime sírio e de suas milícias são responsáveis pela maioria das mortes e que o balanço não inclui quase 47 mil mortes em penitenciárias que não conseguiu confirmar.

A intensidade dos combates caiu desde 2020, sobretudo graças a um cessar-fogo no noroeste da Síria que inclui a cidade de Idlib, o último reduto extremista e rebelde, e também devido à pandemia, que concentrou esforços de todos os lados para minimizar os impactos da Covid-19.

O presidente Bashar Al-Assad, no poder desde 2000, foi reeleito em maio para um quarto mandato de sete anos. Opositores e países inimigos do regime dizem que eleição foi ilegítima.

Sírio faz selfie com cartazes de Bashar Al-Assad na capital do país, Damasco, antes da eleição presidencial, na quarta (25)

Hassan Ammar/AP

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