Manifestantes fazem ato pró-Palestina em frente ao Masp, na Paulista

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Manifestantes fazem ato pró-Palestina em frente ao Masp, na Paulista
Carregando bandeiras da Palestina e cartazes pedindo "Palestina livre", os manifestantes, muitos deles palestinos ou descendentes, protestaram em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). Ato ocorre um dia após a bombardeio que deixou centenas de mortos em Gaza. Protesto pró-Palestina em frente ao Masp, em SP

Ana Coutinho/TV Globo

Manifestantes fizeram um ato pró-Palestina na noite desta quarta-feira (18), na Avenida Paulista, um dia depois ao ataque ao hospital de Gaza, que deixou centenas de mortos.

Carregando bandeiras da Palestina e cartazes pedindo "Palestina livre", os manifestantes, muitos deles palestinos ou descendentes, protestaram em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp).

A avenida não chegou a ser bloqueada.

Protesto pró-Palestina em frente ao Masp, em SP

Ana Coutinho/TV Globo

Protesto pró-Palestina em frente ao Masp, em SP

Ana Coutinho/TV Globo

A explosão no hospital Ahli-Arab, na Cidade de Gaza, na terça-feira (17) chocou o mundo e colocou a guerra entre Hamas e Israel em seu momento mais tenso desde o início dos conflitos. O Ministério da Saúde de Gaza falou de 471 mortos.

As duas partes se acusaram mutuamente pelo ataque e apresentaram diferentes versões do caso.

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Veja abaixo o que diz cada lado:

Quem atacou

A primeira autoridade a se manifestar após a explosão no hospital, na tarde de quarta-feira, foi o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas. Abbas, que atualmente controle a Cisjordânia, acusou Israel e falou de um "genocídio" e uma "catástrofe humanitária".

Em seguida, as Forças Armadas de Israel, após dizerem que investigariam o caso, apontaram como responsável a Jihad Islâmica, outro grupo armado que também atua dentro de Gaza. A Jihad Islâmica e o Hamas são aliados eventuais e também já rivalizaram. Ambos, no entanto, têm o mesmo objetivo final, que é a destruição do Estado de Israel.

Israel afirmou que foguetes da Jihad Islâmica que haviam sido disparados contra o território israelense erraram o alvo e atingiram o edfício do hospital.

O porta-voz da Jihad Islâmica, Daoud Shehab, negou a versão. Shehab afirmou que não havia operações das brigadas Al-Quds, o braço armado da Jihad Islâmica, naquela área da cidade de Gaza.

"O inimigo sionista está tentando fortemente fugir da responsabilidade pelo massacre brutal que cometeu ao bombardear o hospital", rebatou o porta-voz.

Após a acusação das autoridades israelenses, o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, que vive no Catar, responsabilizou os Estados Unidos por "por acobertar as agressões de Israel".

Já o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, falou de uma obra de "terroristas selvagens", sem atribuir autoria.

Como foi a explosão

Ataque a hospital em Gaza mata centenas

Arte/g1

Também para a dinâmica da explosão, os dois lados apresentaram versões diferentes.

Um porta-voz das Forças de Defesa de Israel disse que foi um foguete que atingiu o hospital. E afirmou que, pela forma como explodiu, desgovernada, não poderia fazer parte dos arsenais de Israel.

O porta-voz reiterou ainda que, no momento do ataque, não havia nenhuma operação militar israelense em curso com alvos naquela região.

As forças israelenses divulgaram imagens transmitidas pela rede de TV Al-Jazeera nas quais um ponto de luz -- que afirmam ser um foguete da Jihad Islâmica -- perde altitude repentinamente. Segundo Israel, o foguete falhou, caiu e explodiu às 18h59, na hora local, o mesmo momento em que o hospital era atingido.

Mas, depois de pessoas contestarem o horário desse vídeo pelas redes sociais, as Forças de Defesa de Israel apagaram o vídeo de suas contas.

A rede britânica BBC, que analisou as imagens com o auxílio de especialistas, disse que o resultado é "inconclusivo", mas afirmou ter averiguado que a explosão aconteceu no pátio do hospital, e não dentro dele.

Já as autoridades palestinas afirmaram que Israel chegou a avisar uma hora antes à população local que atacaria o hospital.

A Cidade de Gaza fica no norte da Faixa de Gaza, região que o governo israelense tinha pedido, no início da semana, que fosse esvaziada.

Quantos morreram

Inicialmente, houve divergências entre as autoridades locais sobre o número de mortos:

A Defesa Civil de Gaza afirmou que 300 pessoas morreram.

O Ministério da Saúde palestino falou inicialmente de 200 vítimas.

Já o jornal "The New York Times" disse que o porta-voz do ministério citou 500 mortes.

A agência de notícias Reuters, com base em fontes da mesma pasta, também cifra em 500 as vítimas.

Nesta quinta, o Ministério da Saúde de Gaza falou de 473 mortos, mas disse que ainda busca por desaparecidos nos escombros.

O que dizem outros países

O Irã classificou a explosão de um hospital na Cidade de Gaza de "um crime de guerra selvagem", segundo a agência de notícias estatal iraniana. E, assim, como os governos do Egito e do Catar, culparam Israel.

Já os Estados Unidos, o Reino Unido, a ONU e a Organização Mundial da Saúde condenaram as mortes sem apontar culpados.

Nesta quinta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também condenou a explosão, que chamou de "tragédia injustificável". Lula, no entanto, não citou culpados nem cobrou autoridades.

O presidente dos EUA, Joe Biden, em visita a Israel, disse que, por informações recebidas de seu governo, "parece que foi obra do outro lado", em referência a grupos armados de Gaza.

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