Número de palestinos mortos em Gaza sobe para 4.385 desde o início da guerra, diz Ministério da Saúde local

.

Número de palestinos mortos em Gaza sobe para 4.385 desde o início da guerra, diz Ministério da Saúde local
O balanço atualizado divulgado pelo movimento islamista palestino também registra 13.561 pessoas feridas na Faixa de Gaza, que é bombardeada há duas semanas por Israel. Imagem aérea mostra edifícios destruídos na cidade de al-Zahra, ao sul da cidade de Gaza, em 20 de outubro de 2023

Belal ALSABBAGH / AFP

Ao menos 4.385 palestinos morreram na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre o Hamas e Israel. O balanço foi divulgado neste sábado (21), pelo Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, e aponta ainda que 13.561 pessoas estão feridas no local.

O confronto já dura duas semanas. A Faixa de Gaza tem sido bombardeada por Israel em resposta a um ataque terrorista do Hamas, que ocorreu em 7 de outubro.

No Egito, ministro brasileiro diz que 'paralisia' do Conselho de Segurança da ONU prejudica segurança de milhões de pessoas

Com mais de 4 mil vítimas, conflito já é o mais mortal da história de Gaza e em 50 anos para Israel

Em Israel, foram confirmadas em torno de 1,4 mil mortes e mais de 4 mil feridos, a maior parte deles no dia 7.

Ajuda humanitária atravessa fronteira

A entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza foi autorizada neste sábado, segundo autoridades palestinas. Cerca de 100 caminhões com mantimentos aguardam na passagem de Rafah, na fronteira com o Egito. No entanto, apenas 20 veículos cruzaram o corredor de ajuda e entraram no território.

A Embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém anunciou que a passagem seria aberta por volta das 10h, pelo horário local — 4h, em Brasília. Pouco depois deste horário, emissoras de TV do Egito começaram a exibir imagens de caminhões atravessando a fronteira. Após a passagem dos 20 veículos, o corredor voltou a ser fechado.

Segundo a embaixada norte-americana, a passagem de estrangeiros de Gaza para o Egito deve ser autorizada.

"Não sabemos quanto tempo a fronteira permanecerá aberta para a saída de cidadãos estrangeiros de Gaza", escreveu em comunicado, acrescentando que os cidadãos dos Estados Unidos que tentarem entrar no Egito por Rafah devem encontrar um ambiente "caótico e desordenado".

Caminhões com ajuda humanitária chegam à Faixa de Gaza, em 21 de outubro de 2023

REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa

Em relação à passagem de ajuda humanitária, inicialmente o governo de Israel havia bloqueado a entrada de água, alimentos, eletricidade e combustível em Gaza.

No entanto, apelos da comunidade internacional e, principalmente, um encontro com Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, em Tel Aviv, convenceram Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, a autorizar o envio de ajuda humanitária para o território.

Um porta-voz da Presidência egípcia disse na quarta-feira (19) que estava coordenando, junto com os norte-americanos e com organizações humanitárias internacionais sob a supervisão da ONU, uma forma de garantir a chegada de ajuda.

Num comunicado, o gabinete de Netanyahu afirmou que "não impedirá" as entregas de alimentos, água e medicamentos, desde que os fornecimentos não cheguem ao Hamas. Não houve menção a combustível, que é essencial para abastecer os geradores dos hospitais locais.

"O combustível também é necessário para geradores hospitalares, ambulâncias e usinas de dessalinização – e instamos Israel a adicionar combustível aos suprimentos vitais autorizados a entrar em Gaza", disse o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em coletiva de imprensa.

Caminhão com ajuda humanitária fotografado dentro da Faixa de Gaza, após passagem pela fronteira com o Egito

REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa

Ajuda urgente

Caminhões com ajuda humanitária de ONGs egípcias para os palestinos aguardam a reabertura da passagem de Rafah, do lado do Egito 17/10/2023.

REUTERS/Stringer

Após o ataque massivo do grupo terrorista Hamas contra Israel no último dia 7, que matou centenas de pessoas, o país impôs um bloqueio total ao território palestino, interrompendo a entrada de água, comida, combustível e eletricidade. Desde então, a situação para os mais de 2,3 milhões de palestinos que vivem em Gaza vem se deteriorando rapidamente.

"O direito humanitário internacional é muito claro: você não pode fazer uma população inteira passar fome. Você não pode usar ajuda, comida ou água como um instrumento de guerra para qualquer fim político ou militar", afirmou Marwan Jilani, diretor geral da organização Crescente Vermelho para a Palestina (como é chamada a Cruz Vermelha em países islâmicos), à emissora Al Jazeera.

Para a Organização das Nações Unidas (ONU), o cenário é desastroso: não há eletricidade desde o dia 11, a insegurança alimentar só aumenta e o sistema de saúde está à beira do colapso.

As crianças que sobreviveram a bombardeios em Gaza mas ficaram órfãs

Agências da ONU já alertaram que o território só tem comida para menos de uma semana e que a usina de dessalinização de água de Gaza foi desligada, aumentando o risco de mais mortes por falta de água, desidratação e doenças por ingestão de água contaminada.