Conselho de Segurança da ONU marca nova reunião de emergência para segunda-feira (30)

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Conselho de Segurança da ONU marca nova reunião de emergência para segunda-feira (30)
Encontro foi pedido dos Emirados Árabes Unidos. Membros do Conselho de Segurança da ONU votam durante reunião sobre o conflito entre Israel e Hamas

David 'Dee' Delgado/Reuters

O Itamaraty confirmou que o Conselho de Segurança da ONU vai se reunir na próxima segunda-feira (30) para uma reunião de emergência. A ideia é debater o conflito entre e Israel e Hamas, que já deixou milhares de mortos, segundo as autoridades de ambos os lados.

O encontro foi um pedido dos Emirados Árabes Unidos por causa da operação terrestre israelense na Faixa de Gaza, que começou na sexta-feira (27). Outro ponto que deve ser discutido é o corte nas linhas de comunicação do território.

Neste sábado (28), o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, reforçou o seu apelo por "um cessar-fogo humanitário imediato, pela libertação incondicional dos reféns e por uma ajuda que corresponda às necessidades dramáticas do povo de Gaza, onde uma catástrofe humanitária se desenrola diante dos nossos olhos", escreveu Guterres nas redes sociais.

O Conselho de Segurança é composto por 15 países, dez com mandato rotativo e cinco permanentes (EUA, Reino Unido, China, Rússia e França). Atualmente, o Brasil é o presidente do grupo.

Em reuniões anteriores do Conselho, o Brasil, a Rússia e os EUA propuseram resoluções para definir a postura da ONU diante do conflito. No entanto, todos os textos foram vetados por algum dos países que integram o grupo - os membros permanentes têm poder de veto.

O Hamas diz que 8 mil pessoas morreram em Gaza desde o início da guerra, no dia 7. Este número não foi verificado por entidades independentes. Do lado israelense, há cerca de 1.400 vítimas

Manifestações

Milhares de manifestantes saíram às ruas neste sábado (28) em cidades da Europa, do Oriente Médio, da Ásia e dos Estados Unidos para demonstrar apoio aos palestinos e pedir o fim dos ataques de Israel na Faixa de Gaza.

Os atos ocorrem no momento em que Israel intensifica sua operação contra o Hamas, com a presença de militares no território palestino, que está sem sinal de internet e isolado do resto do mundo desde sexta (27).

Segunda fase da operação

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste sábado que a operação por terra lançada por Israel em Gaza é o começo de uma segunda fase da guerra contra o grupo extremista Hamas e que seria longa e difícil.

Em coletiva de imprensa, ele afirmou que fariam todos os esforços para libertar os 229 reféns mantidos pelo grupo e que discutiram no gabinete de guerra a possibilidade de uma troca por prisioneiros palestinos.

"Aqueles que nos acusam de crime de guerras são hipócritas", disse Netanyahu.

O ministro da defesa de Israel, Yoav Gallant, também disse que o país está intensificando os ataques e que, quanto maior a pressão sobre o Hamas, maior a chance de libertação dos reféns.

Atrito com a Turquia

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, disse neste sábado (28) ter convocado alguns diplomatas que atuam na Turquia após "graves declarações" do presidente do país.

Cohen não explicou a qual frases se referia. Mais cedo, porém, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, participou de uma manifestação pró-Palestina que reuniu milhares de pessoas em Istambul.

Durante o ato, Erdogan disse que Israel comete crimes de guerra nos ataques à Faixa de Gaza. Ele acusou o Ocidente de ser "o principal culpado pelos massacres em Gaza".

"Com exceção de algumas consciências que levantaram a voz, estes massacres são inteiramente obra do Ocidente", disse o chefe do Estado turco.

No discurso de uma hora, o presidente turco também repetiu sua afirmação de que o Hamas não era uma organização terrorista e descreveu Israel como um ocupante.

O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, defende a palestina em manifestação em Istambul

REUTERS