ONU aponta 2023 como ano mais quente da história e alerta para "colapso climático em tempo real"

“Estamos vivendo um colapso climático em tempo real”, declarou o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Antonio Guterres, após o alerta, nesta quinta-feira, 30, da Organização Meteorológica Mundial (OMM) que publicou um relatório preliminar sobre o estado do clima na abertura da cúpula climática COP28 em Dubai, um evento anual que compila todos os indícios negativos que foram advertidos ao longo de um ano “com fenômenos extremos que, 2023 deve ser o mais quente já registrado e bater vários recordes, como concentrações de gases do efeito estufa e derretimento do gelo na Antártida.

ONU aponta 2023 como ano mais quente da história e alerta para

“Estamos vivendo um colapso climático em tempo real”, declarou o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Antonio Guterres, após o alerta, nesta quinta-feira, 30, da Organização Meteorológica Mundial (OMM) que publicou um relatório preliminar sobre o estado do clima na abertura da cúpula climática COP28 em Dubai, um evento anual que compila todos os indícios negativos que foram advertidos ao longo de um ano “com fenômenos extremos que, 2023 deve ser o mais quente já registrado e bater vários recordes, como concentrações de gases do efeito estufa e derretimento do gelo na Antártida. Eles também preveem que 2024, já que neste ano o clima global começou a ser influenciado pelos efeitos de El Niño, normalmente associado a aumentos de temperaturas, e estes costumam ser ainda maiores no segundo ano do seu início.

“Estes recordes de temperatura deveriam fazer os líderes mundiais suarem frio”, disse Guterres. Todos estes recordes têm consequências socioeconômicas dramáticas, como a redução da segurança alimentar e as migrações em massa. “Este ano vimos comunidades em todo o mundo atingidas por incêndios, inundações e temperaturas extremas”, recordou António Guterres em mensagem de vídeo. Guterres apelou aos líderes reunidos em Dubai para que se comprometam a tomar medidas drásticas para conter as alterações climáticas, especialmente eliminando progressivamente os combustíveis fósseis e triplicando a capacidade de energia renovável.

A OMM levará alguns meses para publicar o seu relatório final sobre o estado do clima, mas já está convencida de que 2023 estará no topo do pódio dos anos mais quentes, à frente de 2016 e 2020, com base nas temperaturas de janeiro a outubro. Até o décimo mês do ano, sua temperatura média estava 1,4 graus acima do período pré-industrial (1850-1900), já próxima dos 1,5 graus que foi estabelecido como limite no Acordo de Paris. Estes 1,4 graus estão bem acima dos excessos de temperatura registrados nos dois anos mais quentes até agora, 2016 (quando ultrapassou 1,29 graus) e 2020 (1,27 graus). A decisiva COP21 em Paris, em 2015, estabeleceu o objetivo de limitar o aquecimento global a um nível bem inferior a 2°C em comparação com a era pré-industrial e, se possível, limitar o aumento a 1,5°C.

“É muito improvável que os últimos dois meses afetem a classificação”, afirmou a organização. “Isto é mais do que apenas estatísticas”, alertou Taalas. “Corremos o risco de perder a corrida para salvar nossas geleiras e frear o aumento do nível do mar”, disse ele. “Não podemos voltar ao clima do século XX, mas devemos agir agora para limitar os riscos de um clima cada vez mais inóspito ao longo deste século e dos séculos seguinte”, destacou. Os cientistas alertam que a capacidade de limitar o aquecimento global a um nível controlável está se perdendo. “Os gases de efeito estufa estão em níveis recordes. As temperaturas globais estão batendo recordes. O mar está em níveis recordes e a camada de gelo marinho da Antártica nunca foi tão fina”, disse o chefe da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas. Estas declarações coincidem com a abertura da COP28, a conferência da ONU sobre mudanças climáticas, celebrada este ano em Dubai, em um contexto de incerteza quanto ao desafio da transição energética.