Após porta de avião ser ejetada em pleno ar, agência dos EUA determina suspensão de voos com Boeing 737 Max 9 para inspeção obrigatória

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Após porta de avião ser ejetada em pleno ar, agência dos EUA determina suspensão de voos com Boeing 737 Max 9 para inspeção obrigatória
Medida ocorre após Boeing 737-900 da Alaska Airlines ter feito aterrissagem de emergência em Portland, nos Estados Unidos, e afeta 171 aeronaves em todo o mundo, segundo a FAA. Incidente está sendo investigado pelas autoridades de aviação. Copa Airlines faz voos com esse modelo para o Brasil. Porta abre em voo, e avião faz pouso de emergência nos EUA

A agência de aviação dos Estados Unidos informou neste sábado (6) que determinará a suspensão temporária de voos com 171 aeronaves Boeing 737-900 MAX operadas por companhias aéreas americanas ou por empresas estrangeiras dentro do território americano até que uma inspeção seja realizada.

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A medida ocorre após um Boeing 737-900 MAX da Alaska Airlines ter feito um pouso de emergência depois que uma porta ser ejetada, causando uma descompressão em pleno voo. O incidente aconteceu minutos depois da decolagem, na tarde de sexta-feira (5), em Portland (EUA). Não houve feridos.

Uma norma a ser emitida em breve exigirá que as empresas aéreas façam uma inspeção em alguns tipos de Boeing 737 Max 9. Esse trabalho levará de quatro a oito horas por aeronave, segundo a FAA.

Não há Boeing 737 Max 9 em operação por companhias aéreas brasileiras. Mas há voos para o Brasil afetados pela medida: a Copa Airlines, por exemplo, usa esse modelo em voos com saída de São Paulo e Rio rumo ao Panamá e Caribe.

O voo 1282 havia decolado rumo a Ontário, na Califórnia, às 17h06 (22h06 em Brasília). O pouso ocorreu às 17h26 (22h26 em Brasília), de acordo com informações do site de monitoramento de voos FlightRadar24.

Fotos e vídeos postados por passageiros nas redes sociais mostram uma porta traseira do avião --que não estava em uso-- aberta em pleno voo. Havia um assento ao lado da porta; ninguém estava sentado nele.

"Acordei do cochilo pensando que era turbulência. Acontece que a parede do avião voou enquanto [o avião] estava no ar", postou Vi Nguyen no Tiktok.

Havia 171 passageiros e seis tripulantes a bordo, segundo a Alaska Airlines.

O avião se despressurizou rapidamente, e as máscaras de oxigênio caíram para auxiliar os passageiros a respirar. Ao perceber a despressurização, a tripulação executou uma descida de emergência e a aeronave retornou em segurança para o aeroporto de Portland, onde aterrissou.

Avião fez pouso de emergência após porta abrir durante voo, nos EUA, em 6 de janeiro de 2024

Redes sociais

Segundo os dados do FlightRadar24, o Boeing 737-900 Max estava ainda subindo, a 4.975 metros de altitude quando teve que retornar --bem abaixo da altitude de cruzeiro, de cerca de 11 mil metros.

A porta que abriu não era utilizada como saída de emergência pela Alaska Airlines, de acordo com o site FlightRadar24. Por não estar em uso, não estava sinalizada como porta, o que explica alguns passageiros terem relatado que parte da fuselagem ou da parede do avião se abriu no ar.

Essa porta extra existe em todo 737-9 Max para atender aos requisitos de evacuação de passageiros em companhias aéreas que adotam a configuração máxima de assentos neste modelo de aeronave --193, segundo a Boeing. Os Boeing 737-900 Max da Alaska Airlines usam a configuração mínima, de 178 passageiros, informa a empresa em seu site.

A Alaska Air informou que o voo 1282 teve um "incidente logo depois decolar" e que investiga o que aconteceu.

"A aeronave pousou em segurança de volta a Portland (...) A segurança dos nossos passageiros e funcionários é sempre nossa prioridade, por isso, embora este tipo de ocorrência seja raro, a nossa tripulação de voo foi treinada e preparada para gerenciar a situação com segurança. Estamos investigando o que aconteceu", diz trecho de nota.

Trajetória do avião da Alaska Airlines que retornou a Portland após porta abrir

Reprodução/FlightRadar24

A Agência Federal de Aviação dos EUA (FAA) informou que a tripulação relatou um problema de pressurização e que investigará o incidente junto com o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB).

Fabricante do Boeing 737-900 Max, a Boeing disse que apoiará a investigação das autoridades americanas e que está "trabalhando para coletar mais informações".

A companhia área anunciou que vai retirar temporariamente todos os seus 65 aviões do mesmo modelo de operação para realizar inspeções.