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Chuvas no RS: uso de internet cai pela metade com obstáculos para acesso

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IX.br, que interliga operadoras e plataformas de internet, aponta que picos de tráfego no Rio Grande do Sul caíram de 800 para 400 gigabits por segundo. Operadoras ofereceram pacotes de internet grátis e compartilharam sinal para ajudar a manter comunicação. Vista aérea das ruas completamente alagadas no bairro Menino Deus, em Porto Alegre, nesta segunda-feira, 06 de maio de 2024, em razão do transbordamento do Lago Guaíba.

MAX PEIXOTO/DIA ESPORTIVO/ESTADÃO CONTEÚDO

As chuvas que atingem o Rio Grande do Sul também prejudicaram a comunicação via internet no estado.

Em Porto Alegre, o uso da rede via internet fixa caiu pela metade, considerando o tráfego no IX.br (Internet Exchange Brasil), responsável por interligar provedores no país.

"Do final de abril até hoje [terça-feira (7)], verificamos uma redução no pico de tráfego da ordem de 50%", disse Julio Sirota, gerente de infraestrutura do IX.br.

O IX.br é uma infraestrutura do Comitê Gestor de Internet (CGI.br) que permite uma troca mais eficiente de conteúdo entre operadoras e provedores de conteúdo, como redes sociais e serviços de streaming.

Operadoras oferecem pacotes de internet grátis e sinal compartilhado no RS

A região metropolitana da capital gaúcha costumava ter picos de consumo de internet de 800 gigabits por segundo (Gbps). Na última segunda-feira (6), o pico foi de pouco mais de 400 Gbps.

A média no uso de rede em Porto Alegre entre a tarde de segunda e o início da noite de terça foi de 243 Gbps. Nos últimos 30 dias, a média está em 414 Gbps, de acordo com dados extraídos pelo IX.br na terça-feira (7), às 21h.

Gráficos diário, semanal e mensal mostram queda do tráfego de internet no ponto de interconexão do IX.br em Porto Alegre (dados de 7 de maio de 2024, às 21h)

Reprodução/IX.br

A queda pode ser explicada por vários fatores, como a falta de eletricidade para carregar dispositivos e a falta de sinal causada por alagamentos e rupturas de cabos, explicou ao g1 Thiago Ayub, diretor de tecnologia da empresa de telecomunicações Sage Networks.

E a redução pode ser ainda mais significativa, avaliou Sirota. "Este número [queda de 50%] indica quanto os provedores de acesso diminuíram seu tráfego com o IX.br, o que não é exatamente a redução na entrega de tráfego para os usuários finais", afirmou.

"A variação na entrega de tráfego para os usuários finais deve ter diminuído 50% ou mais", disse. "Esta análise é uma inferência, pois os provedores de acesso operam com outras conexões de acesso à internet além do IX.br".

Para ajudar a manter a comunicação no Rio Grande do Sul, as operadoras Vivo, TIM e Claro liberaram pacotes de internet grátis e ativaram o roaming gratuito, em que suas redes podem ser usadas sem custo por clientes de outras operadoras.

Queda constante

Os dados mostram que o uso da rede em Porto Alegre tem caído de forma praticamente constante nos últimos dias, o que dá um retrato da dificuldade da população do estado em se comunicar pela internet.

As estatísticas consideram o tráfego no ponto de interconexão (PIX) de Porto Alegre, um dos locais do IX.br, que envia e recebe dados entre diferentes tipos de provedores.

Na prática, um IX funciona como um grande aeroporto ou uma estação de metrô em que são feitas baldeações entre diferentes linhas, explicou Ayub.

"Para que pessoas assinantes de provedores e operadoras diferentes possam trocar mensagens entre si, essas trocas precisam ocorrer em algum lugar. O mais propício é em um IX e, para isso, eles precisam ser numerosos e geograficamente espalhados", disse.

Ainda que o IX.br não represente todo o uso de internet em uma região e que uma estrutura do tipo não seja obrigatória para o funcionamento da internet, a queda em seu tráfego é um sinal de alerta.

"Se o tráfego no IX.br do Rio Grande do Sul caiu pela metade, é seguro deduzir que o acesso à internet fixa da região como um todo caiu pela metade", afirmou.

O uso de internet via satélite ou via rádio são alternativas, mas a implantação dessa estrutura poderia levar alguns dias e a rede não teria tanta capacidade. Por isso, a melhor saída é reativar a rede onde os danos foram apenas parciais, analisou Ayub.

"Há rotas de fibra ótica que se romperam em trechos pontuais e que podem ser emendadas quando técnicos puderem chegar ao local. Há outros locais em que a rede está íntegra, mas falta energia elétrica das concessionárias e combustível para alimentar geradores".

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Globo

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