Mais de 76 mil hectares de terra foram queimados no Acre em dois meses, aponta relatório

Mais de 76 mil hectares de terra foram queimados no Acre em dois meses, aponta relatório
Número é maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. Dados levam em consideração julho e agosto.

Mais de 76 mil hectares de terra foram queimados no Acre em dois meses, aponta relatório

Asscom/Bombgeiros-AC

O relatório do projeto Acre Queimadas, que usa dados de satélites, apontou que o Acre registrou cicatrizes de queimadas em 12 mil hectares a mais do que o ano passado levando em consideração os meses de julho e agosto e comparando o ano passado e este ano. A classificação é feita com ajuda de satélites.

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Neste ano, foram identificados 76,4 mil hectares de cicatrizes de queimadas julho e agosto de 2021 - o número é 12 mil hectares a mais do que o mesmo período do ano passado, quando foram registrados 64,4 mil hectares queimados.

Outro ponto também destacado pelo estudo é que este ano já ultrapassou o total de queimadas de 2009, 2011 e 2013. O primeiro lugar em número de queimadas continua sendo Feijó - responsável por 26% da terra queimada registrada, ou seja 19 mil hectares.

O levantamento mostra ainda que 34% dessas queimadas foram dentro de terras da União. A Reserva Extrativista Chico Mendes lidera o ranking dentro das unidades de conservação, registrando 46% das queimadas.

Em agosto, a qualidade do ar no estado também ficou fora do limite recomendado pela Organização Municipal Saúde por 16 dias.

Os municípios de Porto Walter, Plácido de Castro, Acrelândia, Sena Madureira, Santa Rosa do Purus, Marechal Thaumaturgo e Porto Acre tiveram mais de 20 dias com a qualidade do ar fora do limite recomendado.

Feijó lidera queimadas

Em todo o Acre, de janeiro a agosto, foram registrado 3.713 focos de incêndio, segundo monitoramento feito pela Secretaria de Meio Ambiente. Só o mês de agosto foi responsável por 3.185 incêndios.

Os municípios de Feijó e Tarauacá concentram os maiores números de focos com 1.048 e 694 respectivamente.

Para ajudar no combate à queimadas, a prefeitura de Feijó publicou um decreto que cria a Brigada Voluntária Civil de Combate a Incêndios, com a finalidade de prevenir e combater focos de Incêndios florestais e queimadas urbanas.

Os integrantes da Brigada Voluntária Civil de Combate a Incêndios serão membros da sociedade local para ampliar a participação e a iniciativa popular na busca de soluções de problemas ambientais.

A cidade também conta com um grupo de brigadistas. O servidor José Carlos, de 39 anos, foi quem criou o grupo. Desde 2019, eles se revezam em grupos de 4 pessoas que ficam na corporação das 14h às 19h. Em contraponto, eles recebem apenas uma cesta básica no valor de R$ 200 a R$ 300 por parte da prefeitura.

Há algumas semanas, a cidade também recebeu uma capacitação feita pela ONG SOS Amazônia que ensina como recuperar áreas atingidas pelo fogo e como resgatar animais nessas situações.

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