Eleições na Alemanha: veja perfil de Olaf Scholz, favorito em pesquisas a substituir Angela Merkel

Eleições na Alemanha: veja perfil de Olaf Scholz, favorito em pesquisas a substituir Angela Merkel
Candidato do Partido Social-Democrata (SPD) se beneficiou da queda dos principais adversários e deve conseguir coalizão necessária para formar novo governo. Atual ministro da Economia e vice-chanceler, sua vitória representaria provável continuidade das políticas de Merkel. O ministro da Economia e candidato do SPD, Olaf Scholz, durante evento de campanha em Teltow, na Alemanha, em 14 de setembro

Britta Pedersen/dpa via AP

Olaf Scholz é o atual ministro da Economia e vice-chanceler da Alemanha, e seu partido, o Social-Democrata (SPD), faz parte da coligação que sustenta o governo. Teoricamente, portanto, sua candidatura ao cargo de primeiro-ministro significaria uma forma de continuidade da política de Angela Merkel.

Mas, ao mesmo tempo, ele é considerado um candidato de oposição, já que Merkel tem como candidato Armin Laschet, que representa seu próprio partido, a União Democrata Cristã (CDU). Laschet inclusive ocupa hoje o posto de líder da CDU, deixado por Merkel em janeiro deste ano.

Scholz é advogado, especializado em leis trabalhistas, tem 63 anos, é membro do SPD desde 1975 e foi eleito pela primeira vez para o Bundestag, o Parlamento alemão, em 1998. Também já foi ministro do Trabalho e prefeito de Hamburgo.

Considerado extremamente pragmático, já foi alvo de piada ao ser apelidado de “Scholzomat”, uma brincadeira com seu nome e a palavra “automat”, sugerindo que seria mais próximo de uma máquina do que de um ser humano.

Entre os três principais candidatos ao cargo de primeiro-ministro, é o que está há mais tempo na disputa, tendo sido indicado há mais de um ano por seu partido – e surpreendeu ao ser anunciado, já que em 2019 perdeu a eleição para liderar o SPD.

O ministro da Economia e candidato do SPD, Olaf Scholz, durante comício em Colonia, na Alemanha, no dia 22 de setembro

Ina Fassbender/AFP

Mas, ao contrário de Annalena Baerbock, do Partido Verde, e de Laschet, conseguiu evitar incidentes e gafes e sofreu poucos ataques, mantendo uma campanha discreta e se beneficiando dos contratempos enfrentados pelos adversários. Em seus discursos, vende-se como uma promessa de estabilidade, mais “garantido” do que o vago democrata-cristão apoiado por Merkel.

Coalizão

Em agosto, começou a ganhar popularidade rapidamente e passou a liderar as pesquisas de intenção de voto, chegando às vésperas da eleição como grande favorito.

Ainda assim, dificilmente o SPD terá maioria no Bundestag, e para que ele seja confirmado primeiro-ministro vai depender de coalizões, talvez com até três partidos – e possivelmente até mesmo mantendo a aliança com a CDU.

Scholz, considerado um integrante da ala moderada do SPD, já sinalizou que pode negociar também com os Verdes, mas não descartou conversas com nenhum outro partido, excetuando os populistas socialistas do Die Linke e a extrema-direita do Alternativa para a Alemanha (AfD).