Ibama multa fazendeiros em R$ 103 mil por despejo de agrotóxicos em comunidade indígena de RR

Ibama multa fazendeiros em R$ 103 mil por despejo de agrotóxicos em comunidade indígena de RR
Segundo o Ibama, as lavouras estavam a menos 250 metros das comunidades na Terra Indígena Serra da Moça. Instrução Normativa do Mapa impõe que a aplicação de agrotóxicos por aviões não pode ocorrer a menos de 500 metros de povoados Moradores denunciam despejo de agrotóxicos sobre a comunidade indígena Morcego, em Roraima

Arquivo Pessoal/Divulgação

O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) multou fazendeiros em R$ 103 mil pelo despejo de agrotóxicos por aviões agrícolas sobre a Comunidade Indígena Morcego, região do Murupu, na Terra Indígena Serra da Moça, zona Rural de Boa Vista.

Em agosto, lideranças locais denunciaram que os indígenas apresentaram falta de ar e coceiras na pele devido ao despejo da substância na região. Em imagens gravadas por moradores, é possível ver o avião sobrevoando a comunidade (veja abaixo).

Moradores denunciam o despejo de agrotóxicos sobre a comunidade indígena Morcego, em RR

Segundo o Ibama, a atividade de aplicação aérea de agrotóxico no entorno da terra indígena foi suspenso, e foram emitidos dois autos de infração. Também foi constatado que a aplicação estava contrariando as normas que regulam a atividade de aplicação aérea de agrotóxicos.

Conforme a Instrução Normativa nº 02/2008 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a aplicação de agrotóxicos por aviões aeroagrícolas não pode ocorrer a menos de 500 metros de povoados, cidades ou vilas, bem como não pode ser realizada a menos de 250 metros de qualquer moradia.

Nesse caso da Serra da Moça, os fiscais do Instituto constataram que as lavouras estavam a menos 250 metros das comunidades indígenas. Segundo o Conselho Indígena de Roraima (CIR), que divulgou a denúncia, a Serra da Moça é cercada por fazendas de soja.