Senado do Chile rejeita impeachment de Sebastián Piñera

Senado do Chile rejeita impeachment de Sebastián Piñera
Com 14 votos contrários à impugnação, e uma abstenção, os senadores opositores não alcançaram os dois terços necessários para seguir com o processo. Senado do Chile rejeita impeachment de Sebastián Piñera

O Senado do Chile rejeitou, nesta terça-feira (16), o impeachment do presidente Sebastián Piñera. A votação aconteceu uma semana após a Câmara dos Deputados ter aprovado a abertura do processo contra o mandatário por suspeitas de corrupção.

Para o impeachment ser aprovado pelo Senado chileno, ele precisaria de dois terços dos votos da casa – no mínimo 29 dos 43 senadores do país. Até a última atualização desta reportagem, com 14 votos contrários e uma abstenção, já não era possível dar sequência ao processo.

Presidente do Chile, Sebastián Piñera, coloca máscara após anunciar estado de emergência no sul do país nesta terça (12)

Esteban Felix/AP Photo

Esta foi a segunda tentativa de destituição do presidente chileno, que assumiu o cargo em março de 2018 e que, após a crise social de 2019, não conseguiu se recuperar de um dos períodos mais difíceis em 31 anos de democracia.

Eleições em 21 de novembro

O processo de impeachment de Piñera termina a poucos dias das eleições presidenciais e legislativas no Chile, marcadas para 21 de novembro.

Uma pesquisa de opinião, divulgada na semana passada, revelou que 67% dos chilenos concordavam com a acusação contra o presidente conservador, que não concorre neste pleito.

Partidos de esquerda, no entanto, têm apresentado bons resultados nas pesquisas de intenção de voto e poderão aumentar sua participação no congresso chileno.

Câmara dos Deputados do Chile em foto de 9 de novembro de 2021

Rodrigo Garrido/Reuters

A acusação

O presidente chileno estaria ligado à venda de uma empresa mineradora, a Dominga, nas Ilhas Virgens, um paraíso fiscal. O caso foi revelado pelas reportagens do Pandora Papers.

O negócio ocorreu em 2010, quando Piñera estava em seu primeiro mandato como presidente.

O Ministério Público abriu uma investigação para apurar se houve pagamento de propina e violações tributárias na transação.