Presidente de Burkina Faso é detido em acampamento militar, diz agência
País enfrenta motim de soldados, que exigem mais apoio do governo para lutar contra militantes islâmicos e a renúncia de chefes do Exército e da Inteligência. No domingo, houve registros de tiroteios perto da residência presidencial. O Presidente de Burkina Faso, Roch Marc Christian KaboréIssouf Sanogo/AFPO presidente de Burkina Faso, Roch Kabore, foi detido em um acampamento militar por soldados amotinados, disseram duas fontes de segurança e um diplomata da África Ocidental nesta segunda-feira (24) à agência Reuters, após intensos tiroteios em torno de sua residência na noite de domingo na capital Uagadugu.O país enfrenta um motim de soldados que exigem mais apoio do governo para lutar contra militantes islâmicos e a renúncia de chefes do Exército e da Inteligência. No domingo, o governo de Burkina Faso confirmou tiros em alguns quartéis militares, mas negou relatos nas redes sociais de que o Exército havia tomado o poder.Soldados armados em Burkina Faso no domingo (23)Sophie Garcia/AP Também no domingo, centenas de pessoas foram às ruas para apoiar os amotinados. Fora do quartel de Lamizana, cerca de 100 pessoas cantaram o hino nacional e gritaram “Liberte o país!”. Os soldados responderam a cada canto atirando no ar. Não ficou claro se isso era para mostrar apoio aos manifestantes ou para dispersá-los. No centro de Uagadugu, perto da Praça da Nação, a polícia atirou gás lacrimogêneo para dispersar cerca de 300 manifestantes.Soldados também atiraram no ar em uma base aérea perto do Aeroporto Internacional de Uagadugu, segundo repórteres da Reuters. A embaixada dos EUA também relatou tiros em três outras bases militares de Uagadugu e em bases em Kaya e Ouahigouya, cidades ao norte. A frustração tem crescido em Burkina Faso por causa da maneira como o governo lida com uma insurgência de militantes ligados a Al Qaeda e ao Estado Islâmico. A morte de 49 policiais militares em um ataque de militantes em novembro gerou violentos protestos nas ruas pedindo que Kabore renunciasse.