TOYOTA retoma produção em Indaiatuba após deixar de fabricar 1,2 mil veículos em 12 dias

Multinacional diz que produção foi normalizada nesta segunda-feira (21) e todos os colaboradores voltaram às atividades. Pausa ocorreu por falta de insumo para cinto de segurança.

TOYOTA retoma produção em Indaiatuba após deixar de fabricar 1,2 mil veículos em 12 dias

INDAIATUBA (SP) - A Toyota do Brasil confirmou na tarde desta segunda-feira (21) a retomada da produção na fábrica de Indaiatuba (SP), onde o Corolla sedã é produzido. A volta ocorre após 12 dias de parada, período em que 1,2 mil veículos deixaram de ser produzidos por falta de um componente do cinto de segurança.

Em nota, a multinacional destacou que a produção está normalizada, todos os colaboradores retornaram às atividades e confirmou que o componente é fornecido por um parceiro no Japão.

Inicialmente, a Toyota do Brasil projetou interrupção por três dias, mas depois ampliou este prazo. À época, ela destacou que a falta do insumo afetava a cadeia de suprimentos global, provocada pela pandemia de Covid-19. Além disso, ressaltou esforços para gerenciar o déficit.

Esquema de compensação em discussão

A multinacional informou que discute com o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região o esquema de compensação das horas na paralisação. A proposta em análise não foi informada, mas na semana passada a entidade sinalizou inexistir a hipótese de compensação para 100% do período.

Em nota divulgada na semana passada, a Toyota comunicou que "vem buscando soluções que minimizem os impactos ao consumidor e que mantém diálogo constante e aberto com seus fornecedores, além de aplicar em suas unidades o TPS – Toyota Production System – como forma de minimizar o grande impacto que essa situação atípica vem causando em sua operação e em toda a sua cadeia de fornecedores."

A empresa acrescentou que, desde 14 de março, as demais unidades localizadas em São Bernardo do Campo, Porto Feliz e Sorocaba já estavam com as atividades normais.

Ataque hacker e produção russa

No dia 1º, o governo japonês informou que um ataque hacker causou os problemas registrados em um fornecedor local da Toyota. A ação obrigou a montadora a parar a produção por um dia no país.

A empresa informou que, devido ao problema, suspendeu a produção em todas as 28 linhas de suas 14 fábricas japonesas. O porta-voz do governo, Hirokazu Matsuno, confirmou o ataque hacker contra a fornecedora de peças Kojima Industries, mas declarou que o caso ainda está sendo investigado e não revelou mais detalhes. A montadora disse na mesma semana, em contrapartida, que a produção no Brasil não havia sido afetada pelo problema no Japão.

Matsuno também alertou que "o risco de ciberataques cresce devido à situação atual, incluindo a Ucrânia", e pediu às empresas que fortaleçam medidas contra esses incidentes, destacou a agência de notícias France Presse. Já o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse que o governo iria investigar se a Rússia estava envolvida no incidente.

Com as sanções econômicas aplicadas contra a Rússia por causa da invasão à Ucrânia, diversas empresas deixaram de fazer negócios no país. A Toyota também anunciou a suspensão da produção na sua única fábrica russa e a interrupção do envio de veículos para o país, citando "interrupções na cadeia de suprimentos" ligadas à guerra.