Conab aumenta previsão para safra de grãos, mesmo com todos os problemas climáticos

As máquinas avançam pelas lavouras para colher uma safra de 270 milhões de toneladas de grãos, mais de 14 milhões de toneladas em comparação ao ano passado. Companhia Nacional de Abastecimento aumenta previsão para a safra de grãos

A Companhia Nacional de Abastecimento aumentou a previsão para a safra de grãos, e mesmo com os problemas climáticos que atingiram o campo, a produção deve ser recorde.

Conab prevê 289,6 milhões de toneladas na safra 21/22 de grãos do Brasil

As máquinas avançam pelas lavouras para colher uma safra de 270 milhões de toneladas de grãos, mais de 14 milhões de toneladas em comparação ao ano passado.

A soja, nosso principal produto de exportação, deve registrar uma colheita de 123 milhões de toneladas, queda de 10,4%, puxada pela baixa produção nos estados do Sul.

“A gente teve uma estiagem muito forte no Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Então é quase uma perda de 20 milhões de toneladas no principal grão produzido pelo país”, explica Leonardo Machado, coordenador do Instituto de Fortalecimento da Agropecuária/GO.

A quebra no rendimento de lavouras é sentida diretamente nos supermercados. É por isso que as preocupações se voltam agora para as plantações de milho, base da alimentação para aves, suínos e também de bovinos.

Em Mato Grosso e no Paraná, maiores produtores do cereal, as perspectivas são boas. Já Minas, Bahia, São Paulo e Goiás sofrem com a falta de chuva, e bem na fase de enchimento dos grãos, que formam a espiga.

"A planta está soltando pendão, entrando no período reprodutivo, e pela falta de chuva, ela não cresceu no vegetativo, e agora a tendência é menos chuva ainda”, lamenta o produtor rural Fábio Zandonai.

Ainda assim, a Conab estima que a produção de milho vai ser 31% maior que a do ano passado, quando a colheita foi muito ruim por causa da seca severa.

"O milho é um dos principais fatores que a gente tem que observar, porque o impacto deles sobre ovos, leites e carnes é muito grande”, afirma o diretor de Política Agrícola da Conab, Sérgio de Zen.

Outra cultura prejudicada pela seca é o arroz. O que pode surpreender positivamente este ano é o feijão da segunda safra e o trigo, que vai ter aumento na área plantada.

“Caso esse número projetado pela Conab se consolide, vai ser uma safra boa; mais que uma safra boa, vai ser uma safra recorde. Então, nunca o Brasil conseguiu colher 270 milhões de toneladas de grãos em uma única safra”, diz Felippe Serigati, pesquisador da FGV/Agro.

O que a doméstica Jandira Souza quer são preços mais baixos nas gôndolas dos supermercados. Nesta quinta-feira (12) ela veio, pesquisou e não levou nada.

“Só estou comprando mesmo é o alimento: é o arroz, feijão; quando está na promoção. Salário está pouco, a gente ganha pouco. Então, não dá nem para comer”, afirma.