EUA 'não se afastará' do Oriente Médio, garante Biden na Arábia Saudita

"Não vamos nos afastar, nem deixaremos um vácuo para que seja preenchido por China, Rússia, ou Irã", afirmou Biden, durante uma cúpula em Jidá, na costa do Mar Vermelho, na Arábia Saudita.

EUA 'não se afastará' do Oriente Médio, garante Biden na Arábia Saudita
ARÁBIA SAUDITA - 'Não vamos nos afastar, nem deixaremos um vácuo para que seja preenchido por China, Rússia, ou Irã', afirmou o presidente americano durante uma cúpula neste sábado (16) com os seis membros do Conselho de Cooperação do Golfo, além de Egito, Jordânia e Iraque. Foto de divulgação mostra, da esquerda para a direita, Assad bin Tariq al-Said, ministro de Relações Exteriores do Omã; Mohamed bin Zayed, líder dos Emirados Árabes; Abdel Fattah al-Sisi, presidente do Egito; Hamad bin Isa, rei do Bahrein; Joe Biden, presidente dos Estados Unidos; Mohamed bin Salman, príncipe da Arábia Saudita; Adbullah 2º, rei da Jordânia; e o primeiro-ministro do Iraque, Mustafa Kadhemi durante cúpula na Arábia Saudita

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse aos líderes árabes neste sábado (16) que Washington permanecerá totalmente comprometido com o Oriente Médio e não cederá a influência americana para outras potências mundiais.

"Não vamos nos afastar, nem deixaremos um vácuo para que seja preenchido por China, Rússia, ou Irã", afirmou Biden, durante uma cúpula em Jidá, na costa do Mar Vermelho, na Arábia Saudita.

Última parada da viagem de Biden ao Oriente Médio, a cúpula reúne os seis membros do Conselho de Cooperação do Golfo, assim como Egito, Jordânia e Iraque.

O presidente americano pretendia aproveitá-la para falar da volatilidade dos preços do petróleo e expor sua visão sobre o papel de Washington na região.

Na sexta-feira (16), ele se reuniu com o rei Salman, da Arábia Saudita, e com o governante saudita "de fato", o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman.

A inteligência dos EUA concluiu que Mohamed bin Salman aprovou diretamente o assassinato em 2018 do jornalista Jamal Khashoggi, do "Washington Post". O príncipe herdeiro nega ter um papel no assassinato.

Em suas declarações neste sábado (16), Biden disse aos líderes árabes ali reunidos que "o futuro será conquistado por países que liberarem todo potencial de suas populações (...), onde os cidadãos possam questionar e criticar os líderes sem medo de represálias".

A invasão russa da Ucrânia revelou uma divergência anteriormente impensável entre Washington e seus principais aliados do Oriente Médio – Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos –, gigantes do petróleo cada vez mais independentes no cenário internacional.

Convite para ir aos EUA

Também neste sábado, Biden convidou seu colega dos Emirados Árabes Unidos, xeque Mohamed bin Zayed Al-Nahyan, para visitar os EUA, em um gesto de reaproximação após meses de tensões pela guerra na Ucrânia e outras questões.

"Ambos entendemos que os desafios que enfrentamos hoje apenas tornam muito mais importante que passemos mais tempo juntos. Quero convidá-lo formalmente para os Estados Unidos, ao Salão Oval, antes do final do ano", disse Biden em uma reunião bilateral em Jidá, na Arábia Saudita.

Há anos governante "de fato" dos Emirados Árabes Unidos, xeque Mohamed assumiu o cargo, formalmente, em maio, após a morte de seu meio-irmão, xeque Khalifa.

O rico estado do Golfo abriga tropas americanas e é um parceiro estratégico de Washington há décadas, mas seus laços econômicos e políticos com a Rússia são cada vez maiores.

O embaixador dos Emirados nos Estados Unidos, Yousef al-Otaiba, admitiu em março que as relações com Washington estavam passando por um "teste de estresse".

A declaração veio depois que os Emirados se abstiveram em uma votação do Conselho de Segurança da ONU sobre uma resolução pela retirada russa da Ucrânia.

O conselheiro político do xeque Mohammed, Anwar Gargash, disse a jornalistas na sexta-feira que os laços entre os Estados Unidos e os Emirados Árabes Unidos têm "questões a serem resolvidas".