Talibã alega que não sabia do paradeiro de Al Zawahiri, ex-líder da Al Qaeda morto pelos EUA

Talibã alega que não sabia do paradeiro de Al Zawahiri, ex-líder da Al Qaeda morto pelos EUA
Durante o acordo de Doha, o Talibã aceitou que não abrigaria membros da Al Qaeda ou pessoas que quisessem atacar os Estados Unidos. Osama bin Laden e Ayman al-Zawahiri posam para foto em imagem divulgada em 10 de novembro de 2001

Hamid Mir/Jornal Dawn/Via Reuters

O grupo político do Talibã rompeu o silêncio nesta quinta-feira (4) sobre a morte do ex-líder da Al Qaeda, Ayman Al Zawahiri, na capital do Afeganistão. Eles reconheceram a morte do egípcio e prometeram investigações sobre o caso.

A morte de Zawahiri na varanda de um prédio em Cabul deixou a relação entre o Talibã e o Ocidente ainda mais tensa, uma vez que o grupo político assumiu o poder do país alegando urgência quando os EUA deixaram o território em 2021.

"O governo e os líderes não estavam cientes do que está sendo relatado", disse Suhail Shaheen, chefe do escritório político do grupo em Doha, Catar, à Associated Press em uma mensagem de texto.

Fumaça sobe de prédio onde um ataque americano matou Ayman al-Zawahiri

No entanto, essa declaração colide frontalmente com o que as autoridades americanas disseram sobre o ataque. Eles alegam que Al-Zawhari estava hospedado na casa de um conselheiro sênior do talibã, Sirajuddin Haqqaani.

Haqqani é o número dois no Talibã, servindo como ministro do Interior no governo e liderando a rede Haqqani, uma facção influente do movimento.

O Talibã havia prometido no Acordo de Doha, assinado com os Estados Unidos em 2020, que não abrigaria membros da Al Qaeda ou pessoas que quisessem atacar os Estados Unidos.

Quem é Ayman Al-Zawahiri?

“Já existe uma investigação em andamento para determinar a veracidade da alegação. Os líderes realizam reuniões constantes a esse respeito. As descobertas serão compartilhadas com todos", acrescentou Shaheen.

O ataque da manhã de domingo abalou Shirpur, que já foi um bairro de prédios históricos demolido em 2003 para dar lugar a moradias de luxo para membros do governo afegão apoiado pelo Ocidente e organizações internacionais de ajuda. Após a retirada dos EUA em agosto de 2021, o Talibã de alto escalão passou a residir em algumas das casas abandonadas de lá.