Macapá (Amapá) - Políticas públicas e formas de otimização da produção e venda do açaí em Macapá passam a ser discutidas em conjunto por gestores, produtores, empresários e técnicos. A necessidade do alinhamento de ações é uma das funções do Comitê Açaí, criado a partir de decreto municipal. Assinado nesta terça-feira (25) pelo prefeito Dr. Furlan (Cidadania), a iniciativa busca garantir a sobrevivência de toda a cadeia de forma igualitária, desde quem cultiva, colhe, vende, revende e consome.Entre as principais reclamações dos batedores está a falta do fruto para venda em função da interferência de grandes empresas que comercializam diretamente com os produtores, a maior parte das ilhas paraenses na costa da capital com acesso pelo Rio Amazonas. Com a exportação feita em dólar, é mais vantajosa a venda para as empresas, causando escassez da fruta e consequentemente aumento no preço ao consumidor local. "Vamos buscar melhores condições para o desenvolvimento dessa atividade, de forma a beneficiar produtores e a população. Isso se dará, entre outras formas, através do manejo de açaí em área de várzea e terra firme", declarou o prefeito. A vereadora Janete Capiberibe (PSB) detalhou que a cadeia do açaí impacta na economia local, mas que, a partir de incentivos financeiros e de políticas públicas, a produção pode elevar garantindo emprego e renda formais."O açaí hoje é um ativo na economia de Macapá que está salvando os trabalhadores. No arquipélago do Bailique, que está paralisado economicamente, o açaí está dinamizando a economia", pontuou.Junto com a ampliação da produção local, o comitê busca formas de ofertar preços acessíveis na compra pelos batedores, que consequentemente vão beneficiar o consumidor final. "Precisamos entender a dinâmica da cadeia produtiva e a oferta de mudas de açaí para fazer o manejo dentro do Amapá. Precisamos fortalecer os produtos e as cooperativas que estão no interior do estado realizando esse trabalho", declarou o deputado federal Camilo Capiberibe (PSB). O Comitê Açaí Macapá é coordenado pelo prefeito da capital com apoio das secretarias de Governo (Segov), Gabiente Civil (Secgabi) e Trabalho, Desenvolvimento Econômico e Inovação (Semtradi). Também integram:Agência Municipal de Vigilância Sanitária;Câmara Municipal de Macapá (CMM);Representantes da dos produtores, dos batedores, dos transportadores e da indústria e comercialização do açaí;Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa);Universidade Federal do Amapá (Unifap);Instituto Federal do Amapá (Ifap);Universidade do Estado do Amapá (Ueap).
Preços e produção de açaí em Macapá são discutidos em comitê por batedores, gestores e técnicos
Comitê criado através de lei municipal busca otimizar cadeia do produto para garantir livre concorrência a revendedores. Batedores alegam concorrência para compra do fruto com empresas internacionais.