Dia Mundial da Bicicleta: 8 modelos para viver experiências únicas sobre duas rodas

Vendas de bicicletas no Brasil registraram aumento de 50% em 2020

Desde que a OMS (Organização Mundial da Saúde) defendeu, em abril de 2020, o uso da bicicleta como alternativa mais segura de deslocamento durante a pandemia de Covid-19, as magrelas passaram, quase que imediatamente, a ser um dos itens mais desejados ao redor do mundo. Além de garantir o distanciamento físico, pedalar é também um esporte, e como tal, traz inúmeros benefícios à saúde.

Por aqui, o aumento dessa demanda não passou batido. De acordo com levantamento da Aliança Bike, as vendas de bicicletas no país registraram aumento de 50% em 2020 em comparação a 2019. “A bicicleta se tornou uma opção de lazer mais atraente e segura às famílias, aos trabalhadores que precisam evitar o transporte público e às pessoas que querem continuar suas atividades físicas apesar do fechamento das academias”, explica Daniel Guth, diretor executivo da Aliança Bike.

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Os consumidores também passaram a procurar por modelos de bicicletas que garantam não apenas lazer, mas também experiências únicas. Assim, os modelos do tipo moutain bike chamaram atenção como a categoria mais produzida, apontam dados da Abraciclo, com 30.111 unidades apenas em abril deste ano. O vice-presidente do segmento de bicicletas da Abraciclo, Cyro Gazola, afirma que a preferência pelas versões mountain bike cresceu rapidamente e hoje representa metade da produção do polo industrial de Manaus. “A categoria atrai muitas pessoas por sua viabilidade de uso nas cidades e nas estradas. Os modelos desse tipo também têm bom desempenho em ruas esburacadas ou de péssima qualidade por absorver os impactos. E pode ser usada em vários contextos e locais”, explica.

Por outro lado, o estudo da Abraciclo indica que as bicicletas infanto-juvenis foram as responsáveis pelo maior crescimento percentual: foram 4.867 unidades fabricadas em abril, alta de 105% na comparação com março (2.392 unidades). “Isso ocorre porque as famílias estão incentivando hábitos esportivos em seus filhos e também querem introduzi-los ao ciclismo desde cedo, por isso, buscam várias opções de modelos que atendam a esses requisitos”, diz Gazola.

Segundo Daniel Guth, entre as bicicletas urbanas, o segmento das elétricas também despontou, com crescimento de 28% em comparação a 2019 e 32.110 unidades vendidas. No entanto, os modelos elétricos ainda configuram uma pequena parte deste setor. “As bicicletas elétricas são pouco conhecidas pela maioria das pessoas. Mas são excelentes para a mobilidade urbana”, explica. “Outro desafio para o segmento é o alto custo. A bicicleta elétrica tem um valor médio para o consumidor final, no Brasil, de R$ 5.900. As elétricas de entrada custam a partir de R$ 3.500. Assim, as famílias acabam optando por uma bicicleta convencional, na faixa de R$ 1.000 a R$ 1.500.”

Para Cyro Gazola, o mercado de bicicletas continuará crescendo ao longo de 2021 e 2022. “Provavelmente o setor terá um crescimento 3% este ano, principalmente porque a demanda está bastante aquecida, e isso traz perspectivas de expansão sólida para o próximo ano.”

Já Daniel Guth afirma que o momento de intensa paixão pelas bicicletas acabaram por transformá-las em um componente indispensável à vida das pessoas e isso terá impactos no mercado também após a pandemia. “A conversão de novos ciclistas tende a ser mais alta neste ano, já que muitas pessoas estão comprando bicicletas não apenas para atividade física, mas como meio de transporte ou instrumento de trabalho para entregas. E muitos continuarão a usá-las para essas finalidades”, afirma. “Com essa evolução do ciclista atleta para o ciclista urbano, o mercado vai sair da pandemia em um outro patamar.”

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SOLUÇÃO PARA MOBILIDADE

Neste cenário, Guth defende a bicicleta como solução sustentável para a mobilidade urbana de grandes cidades como São Paulo. “A bicicleta convencional pode ser usada como principal meio de transporte para viagens entre 5 km e 10 km, já as elétricas, em comparação, ampliam esse raio. E esses deslocamentos que poderiam ser feitos em bicicleta em cidades com características semelhantes à capital paulista podem alcançar cerca de 70% da população. Claro que ela ainda não é totalmente viável para a maioria das pessoas e localidades, mas atenderia facilmente a maior parcela da população.”

O diretor-executivo da Aliança Bike acredita, ainda, que a popularização das bicicletas pode contribuir muito para o desenvolvimento das cidades, mas isso só se torna viável com o apoio de políticas públicas em mobilidade e infraestrutura. “O poder público pode estimular a bicicleta como meio de transporte exclusivo criando uma combinação intermodal entre os sistema de ônibus, trens e metrôs. Com essa iniciativa, aqueles que residem longe de seus locais de trabalho podem recorrer às redes cicloviárias no entorno de estações e guardar suas bicicletas em bicicletários seguros e gratuitos, o que possibilita um uso menor do carro e evita a superlotação dos ônibus”, sinaliza.

Investimentos em redes de ciclovias (espaço segregado para fluxo de bicicletas que isola os ciclistas dos demais veículos) e ciclofaixas (apenas numa faixa pintada no chão, sem separação física de qualquer tipo) também são apontados como fundamentais para consolidar a bicicleta nas grandes metrópoles, além de medidas de flexibilização do trânsito para facilitar o tráfego, a imposição de limites de velocidade e a fiscalização do cumprimento das normas. Portanto, essa atenção às condições de infraestrutura e controle das principais vias pode resultar em um ambiente urbano seguro e inclusivo para as bicicletas.

Guth também aponta que nos locais onde há ciclovias, os moradores se sentem motivados a usar bicicletas com maior frequência por contarem com tal infraestrutura. “Em um levantamento que fizemos em 2017, percebemos que em bairros paulistanos com longos quilômetros de ciclovias, como Pinheiros, Jardins, Vila Madalena e a região central, houve um aumento de 1.000% no uso de bicicletas entre 2007 e 2017. Isso provou que uma boa infraestrutura faz com que as pessoas passem a adotar a bicicleta.”

Outra constatação é que a bicicleta é vista como o meio de transporte mais eficiente dentre os principais modais urbanos (motocicletas, carros, trens e ônibus). Além de ter emissão zero de qualquer gás do efeito estufa ou outro componente dos combustíveis fósseis, ainda ganha em agilidade, já que seus usuários não precisam ficar horas parados no trânsito. “Ela é uma grande aliada no dever global de combate às emissões de CO2 nos transportes, principalmente nas cidades, já que 80% da contribuição para o aquecimento global vêm da logística e do transporte”, afirma Guth.

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Na medida em que promove inovações na infraestrutura urbana e contribui para redução de impactos ambientais, as bicicletas, segundo o especialista, colaboram com uma melhor ocupação do espaço público, garantindo, por isso, mais segurança às pessoas e uma nova percepção de qualidade de vida. “A bicicleta deve ser um elemento sempre presente na vida das pessoas, em razão desses benefícios e outros catalisadores de saúde e sustentabilidade. Por isso, não há pretextos ou argumentos contrários aos investimentos públicos e privados nesses modais.”

Veja, na galeria de fotos a seguir, alguns dos modelos disponíveis de bicicletas no mercado brasileiro:

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