Li Qiang, aliado de Xi Jinping, é nomeado primeiro-ministro da China

Li Qiang, aliado de Xi Jinping, é nomeado primeiro-ministro da China
Ex-líder do Partido Comunista de Xangai, novo premiê superou críticas pela sua gestão à frente da cidade, que sofreu um duro confinamento e escassez de alimentos. Ele será responsável por administração geral do país e política macroeconômica. Xi segue presidente. O novo primeiro-ministro da China, Li Qiang, durante assembleia do Partido Comunista, em 11 de março de 2023.

Greg Baker/ Pool via Reuters

Considerado um dos homens de confiança mais próximos de Xi Jinping, Li Qiang foi nomeado neste sábado (11) o novo primeiro-ministro da China. Xi segue como presidente do país - na sexta-feira (10), ele foi confirmado para um terceiro mandato.

O cargo de primeiro-ministro na China é responsável por questões da administração do cotidiano do país e pelo comando da política macroeconômica. O premiê lidera ainda o Conselho de Estado do govenro chinês.

Qiang era o líder do Partido Comunista em Xangai, que supervisionou os dois meses de confinamento anticovid caótico na metrópole no ano passado, sucede Li Keqiang, que estava no cargo desde 2013.

A ascensão de Li parecia estar em perigo após sua gestão do confinamento em Xangai, a cidade mais populosa e centro econômico da China, onde os moradores enfrentaram escassez de alimentos, dificuldade de atendimento médicos e um duro confinamento.

Mas o político de 63 anos recebeu quase todos os votos dos delegados reunidos na sessão anual da Assembleia Popular Nacional (APN), que na sexta-feira (10) reelegeu Xi Jinping por unanimidade para mais cinco anos no cargo de chefe de Estado.

Durante a votação, que registrou 2.936 votos a favor, três contrários e oito abstenções, Xi e Li demonstraram cumplicidade, com trocas de sorrisos e cortesias. A resolução de Xi que designa Li Qiang como primeiro-ministro foi lida no salão do Grande Palácio do Povo de Pequim, na manhã de sábado.

Após a nomeação oficial, Li Qiang prometeu "trabalhar duro na construção de um grande país socialista moderno".

Confiança de Xi Jinping

Ao contrário da maioria de seus antecessores, Li Qiang não tem experiência no governo central, mas ostenta uma ampla bagagem em administrações locais, depois de comandar as províncias costeiras de Zhejiang e Jiangsu, no leste do país.

Li, que começou a carreira como operário em uma estação de bombeamento de irrigação, foi o chefe de gabinete de Xi quando ele comandou o partido em Zhejiang de 2004 a 2007. Suas rápidas promoções desde então refletem o elevado nível de confiança que o presidente chinês deposita nele, o que o levou em 2017 ao cargo de secretário do partido em Xangai.

Li Qiang assume o cargo de primeiro-ministro em um momento de desaceleração da segunda maior economia mundial, enfraquecida após três anos de inflexível política de "Covid zero".

Para 2023, o governo estabeleceu a meta de crescimento do PIB "ao redor de 5%", uma das menores em duas décadas. Mas seu antecessor, Li Keqiang, economista de formação, viu seus projetos de reformas obstruídos pela crescente autoridade de Xi.

"É pouco provável que Li Qiang tenha a autoridade necessária para desenvolver mais esta via reformista", declarou à AFP o cientista político Willy Lam, da Universidade Chinesa de Hong Kong. "Ainda mais porque Xi Jinping insiste na necessidade de um controle mais rígido da economia por parte do Estado e do partido, ao contrário do que foi praticado a partir do fim dos anos 1970", destaca Lam.

Presidente da China, Xi Jinping, durante reunião do Partido Comunista Chinês

Ng Han Guan/AP

Neste sábado, os deputados também designaram Zhang Youxia e He Weidong como vice-presidentes da Comissão Militar Central, presidida por Xi, e Zhang Jun para o cartgo de presidente da Suprema Corte.

Ying Yong, ex-líder do partido na província de Hubei (centro), onde foram identificados os primeiros casos de covid, foi promovido a procurador-geral da Procuradoria Popular Suprema.

Liu Jinguo assumiu o comando da Comissão Nacional de Supervisão, órgão responsável pela luta anticorrupção.