'Estou para ser despejada', diz funcionária com salário atrasado em Parauapebas

Prestadores de serviço no Hospital Geral da cidade protestaram nesta terça-feira (11) pedindo o pagamento do salário atrasado.

'Estou para ser despejada', diz funcionária com salário atrasado em Parauapebas
Prestadores de serviço no Hospital Geral da cidade protestaram nesta terça-feira (11) pedindo o pagamento do salário atrasado. Há relatos de que os atrasos ocorrem desde novembro. Trabalhadores relatam dificuldades financeiras. Trabalhadores terceirizados fazem paralisação em Parauapebas e cobram pagamento de salário

Em Parauapebas, sudeste do Pará, trabalhadores terceirizados que prestam serviços nas unidades de saúde paralisaram as atividades e fizeram um protesto em frente ao Hospital Municipal. Eles cobram o pagamento de salários atrasados, problema que já dura há meses, segundo a categoria.

Agentes de portaria, auxiliares de serviços gerais, cozinheiros e copeiros denunciam que o pagamento do salário do mês de junho ainda não foi depositado na conta dos trabalhadores.

A cozinheira Noel Bandeira presta serviço no Hospital Geral de Parauapebas há quatro anos e conta que, nos últimos meses, as constas estão se acumulando.

"Desde novembro estamos com esse problema de atraso. É revoltante porque a gente se doa para prestar um bom serviço. Ouvia falar que empresa só tem CNPJ e agora estou tendo a certeza", diz a trabalhadora.

Noel diz ainda que trata problemas de saúde, mas com atraso no pagamento precisou interromper o tratamento que realiza com uso de medicação contínua.

A copeira Maria da Paz mora de aluguel e conta que não consegue mais dormir, com medo de ser despejada.

"Estou para ser despejada porque a dona do condomínio também tem os compromissos dela. Eu não tenho para onde ir, não tenho como pagar o aluguel".

Gildenberg Rodrigues é agente de portaria e com três filhos para sustentar, precisou buscar alternativas para fazer renda extra e conseguir levar comida para casa.

"Eu tenho que me virar para pelo menos colocar o pão na minha mesa fazendo diárias quando eu estou de folga do serviço", conta.

De acordo com a categoria, a gestão municipal não fez o repasse à empresa terceirizada, prejudicando cerca de 400 funcionários.

"A gente já faz as nossas contas confiando no pagamento. E aí você trabalha o mês todo, espera receber e não recebe", critica Noel Bandeira.

O presidente do sindicato dos trabalhadores disse que a entidade já procurou a gestão e a empresa responsável, mas não obteve resposta.

"A empresa não responde. A Prefeitura joga de um lado para outro e temos ofício em várias secretarias. Não é justo o trabalhador fazer o seu serviço e não receber o salário", declara Moacir Bispo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (STHOPA).

Os trabalhadores prometem parar as atividades por tempo indeterminado, caso o problema não seja resolvido, tanto no Hospital Geral, quanto nas unidades de saúde.

Respostas

A Secretaria de Saúde de Parauapebas disse em nota que está trabalhando para regularizar o atraso do repasse financeiro para a empresa terceirizada, o que deve ocorrer ainda esta semana.

A LG Serviços não retornou aos questionamentos da reportagem.

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