Aos 80 anos, Edu Lobo lembra início da carreira e fala de novo álbum

"Você teria um samba sem letra?".

Foto: Reprodução internet

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Aos 80 anos, Edu Lobo prepara novo álbum - Nana Moraes

"Elis Regina que fez a música chegar em primeiro lugar. Teve uma importância para mim porque ninguém me conhecia e passou a conhecer a partir dali, porque daí vêm as entrevistas, você começa a aparecer em jornal...", conta.

Dois anos depois, a dose se repetia no festival da TV Record. Dessa vez com Ponteio, em parceria com José Carlos Capinan. Edu Lobo, a cantora Marília Medalha e os grupos vocais Momentoquatro e Quarteto Novo interpretam a canção.

"Ponteio foi muito forte para mim, tão forte que recebi um convite para ir para a França para fazer um espetáculo só e acabei ficando dois meses. Todo mundo queria ouvir Ponteio."

"Deu tudo certo"

Os 60 anos de carreira do octogenário renderam uma coleção de álbuns, apresentações, turnês nacionais e internacionais, prêmios, composições para filmes e peças. Edu experimentou parcerias com nomes como Vinicius, Gianfrancesco Guarnieri, Ruy Guerra, Vianna Filho, Torquato Neto, José Carlos Capinan, Paulo César Pinheiro, Cacaso, Joyce, Ronaldo Bastos, Abel Silva, Aldir Blanc e Chico Buarque.

"Deu tudo certo, por enquanto. Olhando de longe, eu fico contente pela trajetória que eu tracei."

Encomendas

Nessa trajetória celebrada, tem um elemento que, para Edu, foi o motivador para que as produções tomassem vida e virassem sucessos. "Encomenda". "Eu falo sempre que adoro encomendas. As encomendas me criam vontade de fazer música. Você assina um contrato, com uma data", conta.

"Se alguém oferece o melhor projeto do mundo, você inventa uma remuneração absurdamente alta e você pergunta para o produtor quando é que tem que entregar, e ele fala 'quando quiser', sabe quando você vai fazer isso?", pergunta. "Nunca. Eu adoro ter personagens para os quais vou ter que compor. Isso me motiva, isso me tira da cadeira para sentar no piano e começar a procurar", completa.

Edu Lobo admite que tem que procurar pela música. Ela não surge espontaneamente na cabeça dele. "Não duvido dessa capacidade de pessoas que estão no meio do jantar, ouvem uma melodia, um pedaço de letra e têm que sair correndo. Sinto muito, mas comigo nunca aconteceu. Eu sou um cara que tem que procurar a música."

Nos documentos, Edu Lobo rompeu a barreira dos 80 anos, mas, segundo o grande nome da música brasileira, não é bem assim que se sente. "Como é me sentir com 80 anos? Eu gostaria de ter a resposta para isso, mas eu não tenho a menor ideia. Eu me sinto ainda com 50", brinca.