Líder de reserva indígena é solto após habeas corpus; ele é suspeito de incentivar atentados contra torres de energia elétrica no MA

.

Líder de reserva indígena é solto após habeas corpus; ele é suspeito de incentivar atentados contra torres de energia elétrica no MA
Luciano Guajajara havia sido preso na segunda-feira (4) durante uma operação da Polícia Federal. Investigações apontam que o líder da Reserva Indígena Cana Brava é suspeito de ser o principal responsável por incentivar os indígenas a praticarem os atentados. Advogados conseguem habeas corpus para líder indígena no Maranhão

O cacique da Reserva Indígena Cana Brava, Luciano Guajajara, foi solto nesta terça-feira (5), após ter sido preso pela Polícia Federal na segunda-feira (4), por suspeita de de incentivar atentados contra torres de transmissão/distribuição de energia elétrica na região.

Compartilhe esta notícia no WhatsApp

Compartilhe esta notícia no Telegram

A soltura do cacique foi garantida por meio de habeas corpus concedido pela Justiça. Ele havia sido dentro da reserva que fica situada entre as cidades de Grajaú e Barra do Corda.

O líder indígena terá que cumprir medidas cautelares como ficar 150 metros distante das torres de transmissão e de outros equipamentos da EletroNorte.

Investigações

De acordo com as investigações da Polícia Federal, o líder indígena da Reserva Cana Brava é suspeito de ser o principal responsável por incentivar os indígenas a praticarem os atentados.

O cacique seria o responsável por direcionar as ações de parte de seus seguidores, prejudicando a implantação das ações de etnodesenvolvimento a que os povos originários têm direito, em razão da servidão administrativa existente no local onde vivem.

Indígenas Guajajaras derrubam torres de eletricidade no Maranhão

Divulgação/Redes Sociais

Além disso, o cacique é suspeito de ser o mandante do roubo de dois veículos de uma concessionária de serviço público, dentro de uma aldeia indígena. Sendo que o líder indígena já foi indiciado em outros dois inquéritos policiais pela prática dos mesmos crimes.

No relatório que determinou a prisão do cacique, a PF destacou ameaças do líder indígena a testemunhas. Os advogados do conselho supremo dos Guajajaras consideraram a prisão arbitrária.

"O próprio MPF ele se manifestou contrário a prisão do cacique, eles não viram necessidade e pela verdadeira comoção social nas comunidades indígenas que o cacique Luciano bem representa", disse Daniel Cavalcante, advogado.

LEIA MAIS

Indígenas Guajajaras derrubam torre de eletricidade no Maranhão

Índios derrubam nova torre de energia na Reserva Cana Brava no MA

Indígenas ameaçam derrubar mais torres de energia na Reserva Cana Brava

O cacique e os outros indígenas, alvo da operação, são investigados pelos crimes de atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública, roubo qualificado e associação criminosa.

Com base na representação da PF, os investigados estão proibidos de se aproximar a menos de 150 metros de torres, equipamentos, maquinários, veículos, funcionários, terceirizados e prestadores de serviços relacionados a concessionária de serviço público.

A Polícia Federal destaca que as linhas de transmissão presentes no território indígena Cana Brava são responsáveis pela distribuição de energia elétrica a parte significativa da Região Nordeste.

Os atentados a essas linhas de transmissão teriam a capacidade de abalar o Sistema de Transmissão Nacional e ocasionar o corte do fornecimento de energia elétrica a milhões de pessoas, além de prejuízo a serviços públicos essenciais, a exemplo da assistência a pessoas em leitos de hospitais.