Parlamento russo se prepara para discutir revogação de tratado que proíbe testes nucleares

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Parlamento russo se prepara para discutir revogação de tratado que proíbe testes nucleares
Presidente do Parlamento, Vyacheslav Volodin, afirmou que a situação no mundo mudou. Estados Unidos não ratificaram o acordo, criado em 1996. Presidente da Duma, Vyacheslav Volodin, durante desfile militar do Dia da Vitória em Moscou

Maxim Shemetov/REUTERS

O presidente do Parlamento da Rússia, Vyacheslav Volodin, afirmou nesta sexta-feira (5) que os legisladores do país devem discutir em breve a revogação do Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares.

A afirmação foi feita após o presidente Vladimir Putin anunciar que a Rússia testou uma arma nuclear de nova geração. Estima-se que os russos tenham o maior estoque mundial de ogivas nucleares.

"A situação no mundo mudou", disse Volodin. "Washington e Bruxelas desencadearam uma guerra contra o nosso país."

"Na próxima reunião do Conselho da Duma de Estado, discutiremos definitivamente a questão da revogação da ratificação do Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares."

Na quinta-feira (5), Putin afirmou que ainda não estava preparado para afirmar se a Rússia deveria ou não retomar os testes nucleares. No entanto, o presidente indicou que o país poderia deixar o tratado, já que os Estados Unidos não ratificaram o acordo.

A retomada de testes nucleares pela Rússia ou pelos Estados Unidos pode desestabilizar a segurança mundial, uma vez que os dois países vivem entre tensões, que foram ampliadas pela guerra na Ucrânia.

O Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares foi elaborado em 1996. Ao todo, 187 países assinaram o acordo, sendo que 178 ratificaram — entre eles Rússia, Brasil e membros da União Europeia.

Dos países que assinaram o acordo, 18 ainda não o ratificaram. Nesta lista, além dos Estados Unidos, estão China, Coreia do Norte, Índia e Israel.

Entre o fim da Segunda Guerra Mundial e a elaboração do tratado, mais de 2 mil testes nucleares foram realizados. Os últimos testes da antiga União Soviética e dos Estados Unidos aconteceram em 1990 e 1992, respectivamente.

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