Entenda por que Jabalia, na Faixa de Gaza, é considerado um campo de refugiados

Jabalia nasceu como um lugar para receber famílias que foram removidas de suas casas que ficavam em terrenos que passaram a pertencer a Israel.

Foto: Reprodução internet

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Jabalia nasceu como um lugar para receber famílias que foram removidas de suas casas que ficavam em terrenos que passaram a pertencer a Israel.

Israel atacou o campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, por dois dias seguidos para matar dois líderes do Hamas e destruir um dentro de comando e controle do grupo terrorista. O local é, na verdade, um distrito densamente povoado.

São cerca de 1,4 quilômetros quadrados onde vivem mais de 110 mil pessoas, de acordo com dados da ONU.

O local é descrito como um campo de refugiados, mas é possível ver que a área é de casas de alvenaria. Por que, então, Jabalia é considerado um campo de refugiados?

Grosso modo, porque Jabalia nasceu como um lugar para receber famílias que foram removidas de suas casas que ficavam em terrenos que passaram a pertencer a Israel.

Em 1948, o Estado de Israel foi criado e houve uma primeira guerra com os países vizinhos. De acordo com o jornal "New York Times", cerca de 750 mil pessoas tiveram que deixar suas casas por causa dessa guerra e se estabeleceram na Faixa de Gaza.

Jabalia foi o maior dos campos que receberam essas pessoas na Faixa de Gaza. No começo, o lugar tinha barracas de lona. Hoje, são construções de alvenaria. A maioria dos moradores é de descendentes das pessoas que chegaram lá em 1948.

A ONU classifica essas pessoas como refugiadas, já que elas mesmas ou seus antepassados foram removidos de suas casas.

Israel discorda da ideia de que os palestinos que já nasceram na Faixa de Gaza são refugiados.

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Ataques dos últimos dias

As Forças de Defesa de Israel confirmaram nesta quarta-feira (1º) que atacaram o Campo de Jabalia, na Faixa de Gaza, pelo segundo dia. Havia um complexo de comando e controle do Hamas no local, de acordo com um comunicado dos israelenses. Eles também anunciaram que no ataque mataram o chefe da unidade antitanques do grupo terrorista Hamas, Muhammad A'sar.

Veja trechos do comunicado: "Com base em relatórios de inteligência precisos, jatos das Forças de Defesa de Israel atacaram um complexo de comando e controle do Hamas no campo de Jabalia. O Hamas constrói sua infraestrutura de terror deliberadamente ao redor e dentro de edificações de civis, colocando intencionalmente civis de Gaza em perigo".

No comunicado, os israelenses pedem para que os moradores deixem a área.

Esse é o segundo ataque que os israelenses fazem no local. O primeiro foi na terça-feira, quando os israelenses conseguiram matar Ibrahim Biari, um comandante do Hamas envolvido no ataque de 7 de outubro.

O país afirmou que conseguiu matar Biari e "muitos outros terroristas".