Os povos indígenas brasileiros são os primeiros agricultores do nosso país. Muito antes da chegada dos colonizadores portugueses, os indígenas já tinham entre seus hábitos de subsistência, as culturas de milho e mandioca, entre outros tipos de alimentos. Em Roraima não é diferente. Os nossos povos indígenas também são amplamente reconhecidos pelas experiências com a “roça” de diversos alimentos, principalmente a macaxeira, o milho e o feijão. Mas e se houver investimento e valorização dessa atividade, o que acontece? É muito simples: as comunidades produzem mais, com mais qualidade e o excedente pode ser comercializado, fazendo com que as populações indígenas possam ter retorno econômico, que em médio e longo prazos, proporcionam o desenvolvimento.Dentro do Programa de Governo do Executivo Estadual, o apoio à produção para as comunidades indígenas foi contemplado e era uma das propostas do governador Antonio Denarium, que vem sendo executado por meio de diversas ações e projetos.Governo investe em produção agrícola e geração de renda em áreas indígenasAcervo governoUm deles é o projeto de produção de grãos em comunidades indígenas, que visa garantir a segurança alimentar e a subsistência das populações indígenas. Mais de 2 mil toneladas de calcário agrícola já foram distribuídas e outras 3 mil estão sendo adquiridas para o preparo de mais de 800 hectares de terras, em nove municípios, contemplando 51 polos produtores. São mais de R$ 11,3 milhões investidos pelo Governo de Roraima, beneficiando mais de 2.400 agricultores indígenas.Cada polo é composto por grupos de trabalho com no mínimo 10 famílias. A meta do projeto é expandir a área plantada para 1.500 hectares, com plantio de milho – para garantir as demais produções, como a alimentação de suínos e outros animais - e feijão, que é para o consumo e o excedente comercializado. Para isso, o Governo terá em estoque mais três mil toneladas de calcário agrícola.Projeto de produção de grãos em comunidades indígenasAcervo Governo“Fomentar a agricultura indígena com geração de renda faz parte do meu plano de Governo. Estamos trabalhando para garantir a segurança alimentar das populações indígenas e também a geração de renda, uma vez que o excedente pode ser comercializado e garantir recursos para investimento no próximo plantio”, destacou o governador Antonio Denarium.Foram destinadas 245 toneladas de calcário agrícola para as comunidades do município de Alto Alegre e outras 182 toneladas para o Amajari. Mais 1.573 toneladas foram distribuídas nos demais polos, que contemplam os municípios de Pacaraima, Uiramutã, Normandia, Bonfim, Cantá, Boa Vista e São João da Baliza. O plantio dos grãos iniciou em maio, aproveitando o volume de chuvas. Dependendo da área, o consumo de calcário varia de uma a quatro toneladas para a correção do solo.Participação do GovernoNo projeto, além de fornecer as sementes e calcário para a correção do solo, o Governo de Roraima ainda oferece assistência técnica para o plantio, implementos agrícolas e outros insumos, além do maquinário para o preparo da terra. O projeto é coordenado pela Secretaria do Índio.Cada polo pode ter entre 10 a 40 hectares e grupos de 10 famílias, no mínimo. Para ser contemplada pelo projeto, a comunidade precisa da definição da área a ser trabalhada para o plantio, além do cercado, para proteger a plantação de animais. “As comunidades devem seguir esses critérios para serem contempladas pelo projeto”, reforçou o diretor de Apoio à Produção Indígena, Claudionei Simon.Ele ressaltou que a comunidade deve formalizar o interesse em participar do projeto, para então o Governo iniciar as tratativas e logística. “A comunidade precisa solicitar da Secretaria do Índio para então ser contemplada, uma vez que devem seguir os critérios para a execução do projeto”, pontuou.Projeto Plantio de Grãos em comunidades indígenasProjeto Plantio de Grãos em comunidades indígenasAcervo GovernoQual a importância do calcário para a produção indígena?Além de corrigir o pH, diminuindo a acidez do solo, a calagem fornece cálcio e magnésio para as plantas, aumenta a CTC (Capacidade de troca catiônica) e melhora o aproveitamento de nutrientes pelas plantas.O solo roraimense, na maior parte das regiões necessita desse tipo de correção e o insumo não é barato, além de não ser produzido aqui, tendo que ser trazido do Estado do Pará. No cultivo do milho, por exemplo, a correção do solo com calcário aumenta a produtividade e ameniza o efeito do déficit hídrico no milho. Conhecimento ancestral + aporte tecnológicoOs povos indígenas têm demandado cada vez mais os saberes e práticas relacionadas à sua cultura. Paralelamente, eles têm buscado aporte tecnológico da pesquisa agropecuária para resolver os problemas de segurança alimentar em seus territórios. Existe hoje um mercado crescente de produtos orgânicos e agroecológicos em todo o Brasil, o que pode ser muito positivo para os povos indígenas que vivem nas áreas mais preservadas do Território Nacional. Ou seja, a agricultura indígena roraimense tem tudo para entrar nesse circuito.O exemplo está nas comunidades indígenas Canta Galo, Pedra do Sol, Flamecildo, Timóteo, Aziel e Ozéias em Pacaraima, que foram contempladas com sementes e assistência técnica para que possam desenvolver as atividades.Com emenda parlamentar da ex-senadora Ângela Portela, as comunidades Roça, Ingaarumã, Arai, Boca da Mata, Pedra do Sol, Renascer, São Jorge, Taxi, Machado, Cumanã, Maloquinha, Novo Paraíso, Canta Galo, Centro e Macunaima foram contempladas com kits de casa de farinha, beneficiando diretamente cerca de 700 indígenas.O Governo de Roraima ainda realizou a entrega de motores de popa para as nove comunidades do Médio São Marcos além de calcário e outros insumos para a produção agrícola na região. Um investimento de R$ 628.667,82 que, junto com o apoio da Secretaria de Agricultura e Secretaria do Índio, vai ajudar os agricultores indígenas a desenvolver novas técnicas de cultivo.Morador da comunidade Vista Alegre, Fernando Mota, trabalha como tratorista ajudando também outros agricultores indígenas. Ele destaca a importância do projeto. “Contribui diretamente para a geração de renda das comunidades. Temos muitos jovens e com esse projeto, eles vão trabalhar, aprender uma profissão e garantir o sustento das suas famílias e das comunidades indígenas”, enfatizou.POLOS DE PRODUÇÃO INDÍGENA EM ATIVIDADEAcervo GovernoGoverno RRGoverno RRAcervo GovernoGoverno RRAcervo Governo
Governo investe em produção agrícola e geração de renda em áreas indígenas
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- 06/07/2021
Fonte: G1
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